Congresso Europeu de Vocações chegou ao fim

Iniciativa juntou representantes de 21 países que lembraram as transformações da Igreja e da sociedade Portugal acolheu o Congresso Europeu de Vocações que, com o tema “Samaritanos da Esperança para uma Europa com futuro humano e cristão” se realizou na cidade de Porto, entre os dias 3 e 6 de Julho. Estiveram representados 21 países: Albânia, Áustria, Bélgica, Bósnia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, França, Hungria, Inglaterra e Gales, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia, Suécia, Suíça, num total de 98 participantes. Contou com a presença do Presidente do European Vocations Service, o Bispo Wojciech Polak (Polónia), o Delegado da CCEE Ferenc Janka, o Secretário da Congregação para a Educação Católica, D. Jean-Louis Bruguès, Mons. Francis Bonnici (POVS), P. Eusebio Hernández, OAR (CIVC), Matilde de Jesus Faneca (UCESM), o representante do U. S. National Religious Vocations Conference, Paul Bednarczyck, e D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro e Presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios de Portugal. O encontro da Europa com Portugal foi um tempo de graça e alegria. Ao longo destes dias o tema foi sendo desenvolvido pelas diversas exposições. Os padres Raffaele Sacco e Eusebio Hernández conduziram o olhar para os documentos do Vaticano II que nos confrontam com o tema de uma nova pastoral vocacional, partindo dos tímidos passos dados uns anos antes. Sublinharam, sobretudo, o caminho percorrido e os marcos que representaram os congressos, Internacional do Itaici, 1994 e o que foi celebrado em Roma em 1997, que teve como fruto o documento “In verbo tuo”. É de ressaltar o seu interesse em mostrar-nos que este é um caminho aberto que urge continuar. D. Jean-Louis Bruguès ajudou a perceber o sentido hoje das palavras “samaritano” e “esperança”, sublinhando que esta é o ponto-chave das sociedades secularizadas. Animando a recuperar o gosto pela vida, pela eternidade. Clarificou a origem do chamamento nas vocações sacerdotais e vocações religiosas. Assinalou, por fim, que a ‘única política de vocações’ é aquela que não existe como tal, porque surge do testemunho dos sacerdotes que vivem felizes o seu ministério. As duas conferências seguintes, a cargo de George Weigel, e do Patriarca de Lisboa, Cardeal D. José Policarpo, fizeram uma aproximação à realidade da nossa Europa. Os dois títulos “As transformações da cultura europeia” e “Um olhar português sobre a cultura europeia” manifestam essa intencionalidade. O primeiro apontou para uma situação dramática: o ateísmo humanístico, Deus como inimigo da liberdade. Cujas consequências são o desânimo espiritual e queda do conceito de moral. Sem uma Verdade, ponto de referência, o diálogo é impossível. D. José Policarpo constatou a necessidade de uma cultura que dê identidade à Europa; recusada a matriz cristã, cai-se no imanentismo e secularismo. A cultura portuguesa tradicional, pouco a pouco está a diluir-se nesta cultura imanentista, Por último, o P. Mário Óscar Llanos centrou o seu discurso no documento “Novas Vocações para uma Nova Europa”. Na primeira parte, “O conceito de vocação em ‘In verbo tuo’ – perspectivas”, recordou que este é um documento pastoral, pedagógico, metodológico e não doutrinal, nem teológico-dogmático. Chamou a atenção para alguns aspectos que reclamam ‘aggiornamento’: uma nova síntese numa nova Europa; uma renovada iniciação cristã; atenção à vocação específica e destinatários da Pastoral Vocacional. Na segunda, “A pedagogia das vocações no espírito das novas vocações”, assinalou as seguintes estratégias pedagógicas: semear no tempo oportuno; a promoção da vocação específica e a contribuição da mulher na pedagogia vocacional hoje. Os Delegados dos diversos países representados comunicaram as transformações operadas nestes, ao longo dos últimos dez anos, mostrando ritmos e acções diversas. Foram, também, apresentadas algumas estruturas de Pastoral Vocacional: a nível Nacional (Polónia), Diocesano (Besançon), Intermédio (Innsbruck-Salzburg-Vienna) Paroquial (Porto). Para culminar o encontro, na manhã do dia 6, os congressistas foram em peregrinação a Casa de Nossa Senhora, a Fátima. Maria, modelo de toda vocação, dará o ânimo e a esperança com que possamos ‘contagiar’ os nossos irmãos. Todos agradeceram o acolhimento, a cordialidade e o bom trato recebido dos nossos irmãos e irmãs portugueses. Em cada dia a oração, pessoal e comunitária, culminada na Celebração da Eucaristia colocou uma nota de harmonia e espírito fraterno. Esta alegria e esperança renovadas são agora levadas aos respectivos países e casas. O próximo Congresso realizar-se-à em Roma, Deo voluntas, de 2 a 5 de Julho de 2009. Porto, 6 de Julho de 2008

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