Confiança é essencial para o futuro da UE

Secretário-geral da COMECE não exclui dificuldades no processo de ratificação do Tratado Reformador Tendo chegado a um acordo sobre o Tratado Reformador da UE, o desafio que se segue é a sua ratificação por parte dos Estados membros. A assinatura dos 27 terá lugar, em Lisboa, no Mosteiro dos Jerónimos, no dia 13 de Dezembro. Os debates nacionais e internacionais deve continuar a envolver todos os actores que ajudaram até agora o debate público, pois a “discussão pública depende de todos: jornalistas, educadores, agentes das políticas”, manifesta Mons. Noel Treanor, Secretário-Geral da COMECE – Comissão dos Episcopados da União Europeia à Agência ECCLESIA. “Todos, enquanto europeus, devemos estar estar satisfeitos com o resultado do encontro, pelo trabalho desenvolvido pelos governos”, assume o Secretário-Geral da COMECE, afirmando que “o Tratado torna a UE e as suas instituições mais fortes, com maior capacidade de governar internamente e externamente os seus países e também, numa dimensão mundial, torna a UE mais forte nas suas políticas”. No processo de ratificação, deve ter-se em consideração que “tivemos 50 anos de uma história de insucesso. O processo europeu trouxe resultados positivos para todos os países, paz e estabilidade para todos, trouxe mecanismos de solidariedade que dotaram alguns países de infra estruturas”, evidencia. Mons. Noel Treanor não esconde que qualquer tratado negociado entre 27 Estados, não pode satisfazer todos. Indica mesmo haver lacunas na área de institucional, “há quem não esteja satisfeito com o desenvolvimento de políticas externas, por não serem suficientemente ambiciosas, preocupações acerca dos direitos fundamentais”, mas aponta que “o mais importante, não são as lacunas, mas o facto deste Tratado tornar a UE mais capaz de cumprir o seu papel”, pois além do passo em frente em termos representativos, “reforça os poderes do Parlamento europeu, dos seus membros e torna as operações das instituições mais transparentes”. Estes novos passos, assim como o diálogo aberto com nas religiões, “dão-nos confiança, e é este o essencial no processo de ratificação, confiança”. “Estamos como europeus, e entre os nossos representantes, preparados para confiar uns nos outros, enquanto parceiros e vizinhos? O projecto europeu potenciou o nosso relacionamento enquanto europeus, traçou-nos um destino comum. Esta é a ideia chave que os precursores da ideia europeia devem assumir e passar para os cidadãos”, aponta. “As lacunas podem ser discutidas e trabalhadas nas décadas seguintes”. O secretário-geral da COMECE indica que a chave para confiar nos políticos “é manter o nosso interesse nas políticas” e para isso os cidadãos devem assumir uma posição na eleição europeia, “seguir o trabalho dos seus líderes. A confiança não é uma reacção, é antes um processo. Este processo pede que se siga uma evolução do processo europeu, de ambos os lados, ser activo, e participar no debate público”. “O Tratado Reformador traz medidas para melhorar a participação democrática, que segundo o Tratado não é apenas representativa, por eleição, mas abre também a possibilidade do compromisso dos cidadãos”. Mons. Noel Treanor aponta que a Comissão Europeia, tem sido a instituição que toma a iniciativa, que persegue o bem comum europeu, e “a Comissão liderada por Durão Barroso, desenvolveu a cultura da consultadoria. Aumentou a dimensão consultiva do seu trabalho, que os cidadãos são convidados e encorajados a tomar parte. O Parlamento continua a organizar audições e encontros”. Admitindo que estes passos de participação não são indicadores de ausência de dificuldades no debate, o Secretário geral indica que “ter confiança nas instituições é participar e promover tais debates”. Os cristãos enquanto cidadãos, políticos, líderes religiosos “têm estado envolvidos e têm apoiado a construção europeia”. Em muitas organizações cristãs, em ONG’s e até na sua vida profissional, “eles têm estado comprometidos com o debate e espero que a referência, no artigo 15, impulsione o seu papel, e que as Igrejas vejam aqui uma oportunidade para activar a sua responsabilidade”, indica. Notícias relacionadas Bispos da UE saúdam acordo do Tratado Reformador

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