Conferencia Episcopal Espanhola com nova presidência

O Bispo de Bilbau, D. Ricardo Blázquez Pérez, foi eleito esta manhã como novo presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) para o próximo triénio. A eleição ocorreu durante a 84ª assembleia plenária do organismo, que decorre em Madrid de 7 a 11 de Março. D. Ricardo Blázquez, de 62 anos, sucede assim ao Cardeal Rouco Varela, que presidia à CEE desde 1999. A vice-presidência será ocupada pelo Arcebispo de Toledo, D. Antonio Cañizares. O novo presidente da CEE é Bispo de Bilbau desde 1995 e já fez parte das comissões episcopais para a Doutrina da Fé e a Liturgia, tendo depois presidido às Comissões para a Doutrina da Fé e para as relações inter-confessionais. A sua chegada ao cargo coincide com o crescimento das tensões nacionalistas e do drama do terrorismo no país, pelo que se espera uma acção particular neste aspecto, mormente no que diz respeito às relações com a ETA. Cooperar com o governo Na primeira intervenção do encontro, o Cardeal Rouco Varela manifestou “a vontade de cooperação da Igreja com a autoridade legítima”. Esta declaração de intenções acontece após o encontro, da quinta-feira passada, entre o vice-presidente e secretário-geral da CEE – o arcebispo Fernando Sebastián e o padre Juan Antonio Martinez Camino -, e a vice-presidente do Governo, Maria Teresa de la Vega. O arcebispo de Madrid lembrou que “em outras ocasiões fizemos referência a diversas questões da agenda política do Governo que suscitam sérias reservas e ainda clara oposição para os que contemplam a convivência social desde uma perspectiva cristã, os que assumem a ética natural ou racional nas propostas de nossa cultura moral e legal”. Apesar destas constatações, a CEE assume que “declaramos sempre a nossa vontade de manter relações positivas de colaboração com as legítimas autoridades do Estado, no contexto da ordem constitucional e dos Acordos vigentes entre Espanha e Santa Sé, guiando-nos sempre pelo critério superior da convivência solidária e do bem comum”. “O bem que a Igreja traz à vida dos homens é antes de tudo religioso e só indirectamente temporal”, afirmou o Cardeal madrileno. D. Rouco Varela não esqueceu o aniversário dos atentados de 11 de Março, em Madrid, que coincidirá com o final dos trabalhos da Assembleia Plenária, e que a Província Eclesiástica de Madrid celebrará com uma liturgia solene na Catedral de Almudena. “O flagelo desumano do terrorismo – qualquer terrorismo – deve desaparecer. Todos temos de colaborar com energia na sua erradicação”, afirmou. “Não é moralmente possível nenhum tipo de compromisso com quem instrumentaliza as pessoas e as assassina indiscriminadamente, sem recatar-se de reivindicar tais crimes como se de acções nobres se tratasse”, acrescentou o prelado. Por sua parte, o Núncio Apostólico na Espanha, o arcebispo português D. Manuel Monteiro de Castro, reiterou o convite de João Paulo II aos bispos espanhóis para responder à situação de crescente indiferença religiosa na Espanha com “uma acção pastoral adequada às novas realidades”.

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