Conclusão do templo da Senhora do Minho realiza um sonho

«Conseguimos, graças a Deus, teimamos muito!». O desabafo de Mons. José Ribeiro, momentos antes de entregar as chaves do novo templo de Nossa Senhora do Minho ao Bispo de Viana do Castelo, expressava a alegria do dever cumprido, setenta anos depois de sonhado, de implantar no alto da Serra de Arga um centro irradiador da devoção mariana. Após mais de duas décadas de empreitada, a Senhora do Minho tem agora um templo próprio, ontem dedicado (sagrado), que sendo seu é também de todos os diocesanos de Viana, cujos contributos que permitiram a concretização da obra. Durante a “belíssima” liturgia da dedicação do templo, D. José Pedreira aproveitou para sublinhar que os novos tempos, marcados pelo saber, pelo domínio das ciências e da técnica, «vão exigir muito mais» dos cristãos e alertou para o facto das gerações mais novas requerem que se lhes «fale de Deus e das verdades da fé cristã com outra desenvoltura, com outra linguagem que lhes permita também a eles falar das coisas de Deus, transmitir as razões da sua fé, daquilo em que acreditam». O prelado defendeu que de uma «fé radicada mais no sentir religioso», como aquela que é vivida nas nossas romarias, festas, peregrinações, nos nossos cânticos religiosos e nas nossas promessas, se deve passar à «fé adquirida pelo cultivo intelectual do saber ou do estudo». Com esta mudança de atitude, além de garantir uma transmissão mais adequada da fé e uma participação mais empenhadas na missão, cada cristão, acentuou, estará mais preparado para a «participação consciente, activa e frutuosa» nas celebrações litúrgicas. «Não basta termos a consciência de que estamos a cumprir uma obrigação, um mandamento ou preceito de Deus; nem o simples experimentar dum sentimento íntimo religioso, naturalmente muito válido», disse o Prelado. Uma fé esclarecida ajuda o cristão a crescer: «nas virtudes cristãs, no amor fraterno e familiar, na prática da justiça, na construção de um mundo onde reine o espírito de paz»; «na procura da verdade, na descoberta da beleza da nossa fé, sentir a alegria de quem sabe donde vem e para onde vai, redescobrir sempre melhor o sentido de amor e gosto pela vida». Tudo isto, continuou, alimenta o desejo de abertura à solidariedade para com os mais carenciados, os tristes e oprimidos pelo peso da vida, os que perderam a esperança no futuro e não encontram um verdadeiro sentido para a sua existência. O Bispo de Viana do Castelo dedicou uma parte da homilia a explicar,aos milhares de fiéis que subiram a Serra, o sentido religioso e eclesial dos ritos da celebração da dedicação (ou bênção especial), dum templo religioso (igreja ou santuário), que lhe conferem uma «função exclusivamente religiosa, total e unicamente destinado à proclamação e escuta da palavra de Deus, à oração e à celebração dos sacramentos, particularmente do sacramento da Eucaristia». «A partir de hoje, – disse – por este rito solene, cujos símbolos nos recordam a renovação baptismal – bênção e aspersão da água e o fogo do Espírito Santo – deixa de pertencer a fins seculares ou profanos, e é destinado, unicamente e de maneira permanente, para acções de carácter religioso: reunir o povo de Deus e celebrar os sagrados mistérios». Fazendo memória do sonho ao santuário, D. José Pedreira salientou o abnegado empenhamento, o persistente esforço e o papel relevante que tiveram Mons. José Ribeiro e, sobretudo, Mons. Sebastião Pires Ferreira, Vigário Geral da Diocese, conluindo que à sua «determinação e empenho se deve a feliz conclusão desta obra». Paulo Gomes

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