Comunidade de Santo Egídio chamada a mediar conflito no Congo

O governo da República Democrática do Congo pediu à Comunidade romana de Santo Egídio que organize um encontro, em Roma, entre os representantes do governo congolês e os chefes das Forças Democráticas da Libertação de Ruanda (FDLR). A guerrilha é o principal grupo de rebeldes hutus que actua no leste do Congo, acusada de participar do genocídio de 1994 no Ruanda. O objectivo da reunião é preparar o encontro em Kisangani, no nordeste do Congo, a fim de convencer o FDLR a aderir ao processo de desarmamento iniciado por outros grupos que actuam no leste do Congo, além de agilizar o processo de repatriamento dos seus militantes para Ruanda. Em Janeiro passado, foi assinado em Goma um acordo de cessar-fogo entre os grupos armados de Kivu, mas o FDLR não aderiu. Segundo a imprensa congolesa, uma delegação do governo de Kinshasa veio a Roma, à sede da Comunidade de Santo Egídio, para discutir as condições do desarmamento e o processo de repatriação dos militantes do FDLR. A delegação congolesa também foi a Ruanda para discutir tais questões. Segundo a imprensa local, os rebeldes ruandeses estão dispostos a depor as armas e regressar ao seu país, mas impuseram algumas condições, como, por exemplo, a organização de um diálogo interno, garantias de segurança para o regresso à pátria e integração dos membros do FDLR no exército, na administração pública ou na vida civil. A Comunidade de Santo Egídio nasceu há 40 anos e ao longo destas quatro décadas consolidou a reputação de pequena ONU, a que muitos recorrem quando os esforços da diplomacia internacional parecem destinados ao fracasso. Este empenho em favor do diálogo, contra a via da guerra, é uma das marcas mais distintivas da comunidade católica, que obteve bons frutos, por exemplo, em Moçambique. (Com Rádio Vaticano) Dossier AE • Comunidade de Santo Egídio

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