Coimbra: Capela de São João do Deserto tem «a vista mais bonita da região» (c/fotos)

Pequeno templo é envolvido por trilho de 5 quilómetros, procurado por caminhantes e praticantes de BTT

Foto: José Antero

Coimbra, 04 mar 2022 (Ecclesia) – José Antero, paroquiano do Espinhal, na Diocese de Coimbra, é um estudioso da zona e contou à Agência ECCLESIA a história da Capela de São João do Deserto que considera ter “a vista mais bonita da região”.

“A capela tem um dos miradouros mais bem posicionado do concelho, a vista mais bonita da região, panorâmica, onde se consegue avistar terras do distrito de Aveiro, Viseu, Guarda, Leiria e, naturalmente, Coimbra”, explica José Antero.

O paroquiano do Espinhal, onde se encontra o pequeno templo, é um “curioso e estudioso” do património local bem como devoto de São João, onde ali foi “em romaria, pela primeira vez, no cumprimento de uma promessa da avó”.

“Existe ainda junto à capela um pequeno trilho, que não é o original, mas vai do Espinhal a São João do Deserto, cerca de 5 Km, muito procurado por caminhantes e praticantes de BTT”, conta.

São João Batista é venerado neste local, “segundo os relatos do Evangelho terá vivido no deserto” e, segundo José Antero “provavelmente foi esta a razão para a invocação aqui dada a esta Capela”, que só está aberta no dia da festa (24 junho).

O São João para mim é um lugar significativo, o deserto como local de meditação, um local que se chega lá e basta estar em silêncio, um sítio lindíssimo e muito querido das pessoas do Espinhal”.

O ano de 1614, “marcado na pedra ançã” do interior da capela, mostra a antiguidade do templo, as imagens primitivas, São João Batista e Nossa Senhora do Bom Despacho “foram roubadas”, tendo sido recuperada apenas a imagem mariana.

“A devoção era grande ao São João, as pessoas cumpriam promessas levando cravos ao santo, indo de véspera e fazendo peregrinação a pé, sempre com muito respeito pelo local; mas também a devoção à Senhora do Bom Despacho era uma realidade quando as gravidezes corriam risco e havia grande mortalidade infantil”, admite o entrevistado.

José Antero recorda ainda que, “quando havia tempos de grande seca na região”, a imagem de São João era trazida da Capela para a Igreja do Espinhal, para que fosse feita uma novena a pedir chuva.

“As pessoas acreditavam, faziam as suas orações, e reza a história que a imagem não estava muito tempo na Igreja, chovia depois e a imagem subia a serra em festa e agradecimento, voltando ao seu lugar”, aponta.

O local era de “grande romaria” nos dias antes da festa, onde os peregrinos ali pernoitavam, “junto à capela há mesmo uma albergaria que acolhia os romeiros”, atualmente a festa acontece no domingo a seguir a 24 de junho, com a realização de procissão acompanhada de banda de música, mas, “este ano devido à pandemia, ainda não vai acontecer”.

O tema do “Deserto” é o mote para o programa ECCLESIA deste sábado, na Antena 1 da rádio pública, pelas 06h00, ficando depois disponível online.

SN

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