Coimbra: Bispo incentivou sacerdotes à «renovação espiritual» dos cristãos

D. Virgílio do Nascimento Antunes disse que Igreja e cristãos «sofrem» de um «imenso vazio espiritual, no sentido teológico do termo»

Tábua, Coimbra, 04 jun 2016 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra afirmou que chegou-se a “um ponto fulcral da renovação da Igreja” sendo necessário foco “no essencial” que é a “renovação espiritual de cada cristão”, na Missa da Assembleia do Clero, esta sexta-feira, em Tábua.

“Chegámos a um ponto fulcral da renovação da Igreja, que não poderá realizar-se segundo os desígnios de Deus se não voltamos a centrar-nos no essencial: A renovação espiritual de cada cristão, das comunidades cristãs, dos planos, dos métodos e dos objetivos da ação pastoral, das próprias estruturas eclesiais”, disse D. Virgílio do Nascimento Antunes.

Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o prelado explicou que a “grande debilidade da Igreja”, do Povo de Deus em geral, dos consagrados e dos ministros ordenados, em particular, encontra-se na sua “grande pobreza espiritual”.

“Se a humanidade passa por uma grande era do vazio a tantos níveis, como tem sido abundantemente referido por analistas e pensadores de todos os quadrantes, a Igreja e os cristãos sofrem de um imenso vazio espiritual, no sentido teológico do termo”, observou na Eucaristia da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus.

Citando o número 39 da constituição sobre a Igreja ‘Lumen Gentium’, o bispo de Coimbra alertou para descuido da “centralidade da vocação comum” de todos os fiéis com “muitas realidades secundárias” deixando de investir pessoal e comunitariamente na “santificação da Igreja pela ação do Espírito Santo”.

Segundo D. Virgílio do Nascimento Antunes, não pode haver verdadeira ação da Igreja que “não assente na espiritualidade cristã” e não conduza a uma maior profundidade espiritual de todos os seus membros, nomeadamente se o Espírito não estiver presente na liturgia e na oração, na evangelização e na catequese, na caridade, na transformação das realidades seculares.

Ao clero que desenvolve o seu serviço pastoral na Diocese de Coimbra, o seu bispo observou que a “autêntica espiritualidade cristã” consiste em estarem “enraizados em Cristo”, deixarem-se conduzir pelo Espírito e viverem “em Igreja a esperança da salvação”, não se confundindo, por exemplo com “o devocionismo, o sentimentalismo, com o conhecimento da totalidade da doutrina”.

Na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o bispo diocesano disse ainda que a liturgia aponta “três dimensões fundamentais” da espiritualidade cristã que os sacerdotes devem acolher com “humildade e alegria”: “Centrada no mistério pascal de Jesus Cristo; no contínuo desejo de conversão” e “no amor à Igreja”.

Segundo a informação enviada pela Diocese de Coimbra, a Assembleia do Clero reuniu cerca de 80 padres em “reflexão, partilha e convívio”, esta sexta-feira, em Tábua.

O padre Manuel Rocha, da Diocese de Aveiro, foi o conferencista convidado e abordou a última Exortação Apostólica do Papa Francisco a ‘Alegria do Amor’.

CB

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