Coimbra: Bispo convida à espiritualidade «num tempo muito marcado pelo materialismo»

D. Virgílio Antunes assinala importância da presença do Espírito Santo na vida das pessoas e Igreja

Coimbra, 20 dez 2017 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra na sua catequese de Natal realçou a importância da espiritualidade “num tempo muito marcado pelo materialismo”, que também está “dentro da própria Igreja e na vida dos cristãos”, como se observa na quadra natalícia.

“Aquele Natal da fé, do encontro com Deus, da oração familiar, das relações fraternas conduzidas pelo Espírito de Deus, aquele Natal do amor que vem do Alto, aquele Natal verdadeiramente espiritual, deu lugar ao natal do materialismo, mesmo na nossa própria vida”, disse ao grupo de adoradores do templo diocesano de oração pelas vocações.

Na catequese enviada à Agência ECCLESIA, D. Virgílio Antunes refere que, em grande parte, se deixou de “valorizar aquilo que de mais sério existe na identidade de cristãos a partir do batismo”. enquanto membros da Igreja santa, que tem por vocação viver na santidade.

“Estamos a viver num tempo muito marcado pelo materialismo; mesmo dentro da própria Igreja e na vida dos cristãos”, observou na igreja de São Tiago, em Coimbra.

O prelado alertou que se não for o Espírito Santo de Deus a “conduzir”, “totalidade da vida”, as pessoas vão tornar-se “religiosas, mas não cristãs”, porventura, “pessoas crentes em algo, mas não crentes no Deus Santíssima Trindade”.

“Se, nas nossas relações e atividades eclesiais e pastorais não nos centramos na força do Espírito Santo de Deus, podemos tornar-nos ativistas, mas sem a verdadeira alma que enche a totalidade do nosso sermos cristãos e sermos comunidades cristãs”, desenvolveu.

D. Virgílio Antunes recordou que um dos objetivos do Plano Pastoral diocesano é a espiritualidade, caminharem “segundo o Espírito”, porque “sem a presença viva e atuante do Espírito Santo de Deus no coração de cada fiel, de cada comunidade e da própria Igreja” são apenas uma organização semelhante a muitas outras.

“A Igreja, enquanto Povo santo de Deus, tem esta identidade radical de ser comunidade que vive e caminha no Espírito, que segue Jesus Cristo salvador à luz do Espírito”, explicou.

O bispo de Coimbra realçou que Jesus “deixou-se conduzir” pelo Espírito “do primeiro ao último dia da sua vida terrena” e um cristão, se quer caminhar como seu discípulo, tem também de deixar-se conduzir, bem como uma comunidade cristã “se o quer ser verdadeiramente”.

“O lugar que o Espírito Santo de Deus teve na vida de Jesus terá que ser o lugar que há de ter nas nossas vidas e na vida das nossas comunidades”, sublinhou.

Na igreja na baixa da cidade de Coimbra, o prelado realçou que esse templo, como qualquer outro em qualquer parte do mundo, “é sempre um sinal” do Povo que se constitui a partir do batismo.

“Fomos convidados a viver como seu Templo, de tal maneira que da igreja – templo/lugar/construção, passamos sempre à Igreja Povo de Deus habitado pelo Espírito Santo, que tem essa grande vocação de caminhar no Espírito para ser santa”, desenvolveu D. Virgílio Antunes na catequese que vai ser publicada na integra, esta quinta-feira, no Correio de Coimbra.

CB

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