CNIS pronta para a aposta nos Cuidados Continuados

Instituições pedem condições para apostar na qualidade A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) espera que a criação de uma Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados de Saúde a Idosos e Dependentes não exclua as IPSS. Esta preocupação foi ontem manifestada a Inês Guerreiro, coordenadora nacional desta Rede. O programa, vocacionado essencialmente para idosos e dependentes, pretende garantir tratamentos médicos continuados após alta hospitalar. Eugénio da Fonseca, presidente-adjunto da CNIS, explica à Agência ECCLESIA que, no encontro, se procurou definir “qual o contributo que as Instituições podem dar para a execução deste programa e com que recursos podem contar para a sua concretização”. Este responsável lembra que “boa parte” das IPSS também prestam cuidados de saúde, sobretudo junto da população idosa. Nesse sentido, a CNIS tenciona fazer um estudo para saber “qual a taxa de idosos dependentes que tem nos seus equipamentos”, como forma de perceber qual o impacto que este programa poderá ter. Uma segunda medida passar por “fazer uma apresentação do programa a todas as Instituições que trabalham com pessoas idosas”, numa sessão a organizar em Fátima, numa data ainda a definir. O novo modelo de cuidados continuados integrados de Saúde e Apoio Social foi apresentado pelo Primeiro-Ministro e pelos Ministros do Trabalho e da Solidariedade Social e da Saúde, e centra-se na definição, programação e progressivo desenvolvimento de um conjunto de serviços que tem por objectivo dar resposta às necessidades de saúde e apoio social das pessoas idosas e cidadãos em situação de dependência. O presidente-adjunto da CNIS acredita que o programa “não coloca em causa nada do que as Instituições estão a fazer” e que as mesmas não estão obrigadas a aderir ao mesmo. “O que todos queremos é uma prestação de serviço com maior qualidade, sabendo nós que a qualidade acarreta exigências que têm de ser solidariamente partilhada”, aponta, referindo a necessidade de apostar na “formação de recursos humanos” e de reconverter equipamentos. Para o futuro, Eugénio da Fonseca deixa votos de que aconteça uma maior articulação “entre o social e a saúde”. Encontro com o Presidente O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, Pe. Lino Maia, lidera uma delegação da direcção da CNIS que é hoje recebida em audiência pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, às 18h00. Os bairros sociais e a desertificação do interior devem merecer “particular atenção” na preparação do roteiro contra a inclusão, a lançar pelo Presidente da República, defende o Pe. Lino Maia. “O interior, que deixa muitas pessoas sós, e os bairros sociais são os dois aspectos mais prementes a que se devia dar maior atenção”, disse o presidente da CNIS, em declarações ao órgão oficial da Confederação, “Solidariedade”. Escusando-se a “apresentar um caderno reivindicativo” a Cavaco Silva no âmbito da elaboração do roteiro para a inclusão, o presidente da CNIS afirmou que a confederação está disponível para colaborar com o Chefe de Estado na elaboração da iniciativa. “Disponibilizamo-nos, como parceiro social, para tudo o que possa ser feito para o roteiro”, acentuou o Pe. Lino Maia. A CNIS representa quase três mil instituições particulares de solidariedade social (IPSS), para as quais trabalham cerca de 250 mil pessoas. Saudando a iniciativa de Cavaco Silva, o presidente da Confederação salientou, contudo, que “não é por decreto” que se resolve o problema da exclusão social, mas com “educação e formação”.

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