Cinema: Indielisboa regressa

Prestes a chegar, o Festival Internacional de Cinema Independente celebra a sua 11ª edição de 24 de Abril a 4 de Maio próximos. Com a vitalidade a que nos habituou, e passada já uma década sobre o seu nascimento, este é o ano em que comemora uma das suas mais bem sucedidas secções: o Indiejúnior. Associando-se a este festejo, no cumprimento de um anseio que vem de longe, o Prémio Árvore da Vida contempla também os filmes para os mais novos, com júri próprio constituído por quatro alunos do Colégio São João de Brito, em Lisboa. Estreita-se assim a relação que vem unindo, de há cinco anos a esta parte, a Igreja portuguesa e o festival, agora reforçada e renovada com esta atenção particular aos criadores do cinema infanto juvenil. O prémio, incentivo à criação de obras que privilegiem valores humanos e espirituais, no valor de mil euros, é também uma forma de olhar adiante, acompanhando o que de mais recente se faz e, dentro disso, as abordagens que maior interesse despertam na ‘geração do futuro’ .

O Prémio Árvore da Vida, destinado aos criadores portugueses de longas e curtas metragens incluídos na secção Competição Nacional mantém-se, selecionando da mesma forma o filme que, entre as quatro longas e as dezassete curtas programadas, se distinga pelos valores refletidos nas suas abordagens. ‘Alentejo, Alentejo’, de Sergio Tréfaut, ‘O Novo Testamento de Jesus Cristo Segundo João’, de Joaquim Pinto e Nuno Leonel, ‘Revolução Industrial’ de Tiago Hespanha e Frederico Lobo e ‘Tales of Blindness’ de Cláudia Alves são alguns dos filmes a ver.

Entre as restantes secções previstas, destaque para a Pulsar do Mundo, composta essencialmente por documentários que lidam com questões relevantes da atualidade mundial, e que este ano conta com uma obra de Inês Mendes Gil, membro do grupo de cinema da Pastoral da Cultura, dos anteriores júris Árvore da Vida e presença assídua no festival. ‘Sangue na Guelra’, que resulta duma parceria entre a Universidade Lusófona e o Centro Unesco, mostra a realidade complexa de uma escola na Reboleira.

Outra boa novidade é a da associação, em parceria, do Indie com a Universidade Católica que este ano disponibiliza uma equipa de filmagem para acompanhar e documentar o decorrer do festival.

Observatório, panorama de obras essenciais do cinema contemporâneo assinadas por cineastas consagrados e inéditas em Portugal, Cinema Emergente – espaço para novas linguagens do cinema contemporâneo, para experiências narrativas originais e novos talentos e Novíssimos, primeiros passos de jovens cineastas portugueses com modos de olhar e expressar muito diversos, são três secções que amplificam significativamente a nossa experiência de cinema. Despertando-nos também para novas formas de olhar o mundo.

Retomando a retrospetiva que conheceu uma interrupção de dois anos, o Indielisboa homenageia este ano a filmografia de Claire Simon. Simon, que iniciou a sua carreira nos anos noventa com documentário, progrediu para incursões no cinema de ficção, acabando em 2013 por realizar um díptico em que revela a sua extraordinária capacidade de combinação dos dois géneros: Géographie Humaine e Gare du Nord, dois filmes a ter em conta. No primeiro, documental, a realizadora filma o quotidiano da estação parisiense, experiência a partir da qual nascem as histórias ficcionadas do segundo filme.

Cheia de energia, a equipa do Indie que inclui os sempre tão dedicados voluntários disponibilizará a sua agenda, detalhada, a partir de 10 de Abril em www.indielisboa.com.

Margarida Ataíde

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