China/Vaticano: Regime de Pequim volta a colocar condições para o diálogo

Controlo sobre a nomeação de bispos divide as duas partes

Lisboa, 26 jul 2011 (Ecclesia) – As autoridades chinesas afirmaram esta segunda-feira que o Vaticano deve levantar as excomunhões de bispos ordenados pela Associação Patriótica Católica (APC), controlada por Pequim, para um regresso ao diálogo bilateral.

Em comunicado publicado na internet (www.sara.gov.cn/xwzx/xwjj/9265.htm), a Administração Estatal de Assuntos Religiosos chinesa, da qual depende administrativamente a APC, afirma que a ameaça de Bento XVI de excomungar dois bispos chineses é “extremamente irracional e forte”.

O documento refere que o Governo chinês que “melhorar as relações” e promover um “diálogo, claro e construtivo” com o Vaticano.

Os sacerdotes Li Shiyin e Huang Bingzhang foram ordenados bispos pela Associação Patriótica Católica da China a 29 de junho e a 14 de julho, respetivamente em Leshan (província de Sichuan) e Shantou (província de Cantão).

As duas ordenações episcopais foram consideradas “ilegítimas” pela Santa Sé e condenadas pelo Papa, em comunicados oficiais.

À luz do Direito Canónico, este tipo de celebrações sem mandato pontifício podem levar à excomunhão dos que ordenaram e foram ordenados.

Na China existem entre oito a 12 milhões de católicos, segundo o Vaticano, divididos entre os que pertencem à Igreja “oficial” e à “clandestina”, fiel a Roma.

As relações diplomáticas entre a China e a Santa Sé terminaram em 1951, após a expulsão de todos os missionários estrangeiros, muitos dos quais se refugiaram em Hong Kong, Macau e Taiwan.

Em 1952, o Papa Pio XII recusou a criação de uma Igreja chinesa, separada da Santa Sé e, em seguida, reconheceu formalmente a independência de Taiwan, onde o Núncio Apostólico (embaixador da Santa Sé) se estabeleceu depois da expulsão da China.

A APC foi criada em 1957 para evitar “interferências estrangeiras”, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado, deixando assim na clandestinidade os fiéis que reconhecem a autoridade do Papa.

OC

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