China: Vaticano lamenta presença de bispo excomungado em ordenação episcopal

Santa Sé admite tomar medidas depois de ter informações mais «aprofundadas» sobre o caso

Lisboa, 02 dez 2011 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano manifestou esta quinta-feira a “desaprovação” da Santa Sé relativamente à participação de um bispo excomungado, Lei Shiyin, numa ordenação episcopal que decorrera um dia antes, na China.

Em nota publicada pelo portal de notícias do Vaticano, o padre Federico Lombardi mostrou satisfação pela consagração de um novo bispo, D. Luo Xuegang, como auxiliar da diocese de Yibin, província do Sichuan, com autorização do Papa, mas lamentou a presença de um prelado que não se encontra em “comunhão” com a Santa Sé.

“A participação do bispo ilegítimo que, como é público, se encontra na condição canónica de pessoa excomungada”, refere a declaração, “suscita desaprovação e confusão nos fiéis, tanto mais porque ele [Lei Shiyin] participou como bispo consagrante e concelebrou a missa”.

A reincidência na “desobediência às normas da Igreja” agrava a “posição canónica” do referido prelado.

Esta é uma situação punida pelo direito canónico e, segundo o porta-voz do Vaticano, comportaria, em circunstâncias normais, consequências para os outros bispos que participaram na celebração de quarta-feira.

“Nas atuais circunstâncias, é provável que estes últimos não tenham podido impedir a presença” do bispo Lei Shiyin “sem graves inconvenientes”.

Pequim apenas admite a prática religiosa no interior das estruturas registadas, sob a supervisão das associações patrióticas.

Os membros de outras Igrejas e comunidades religiosas vivem sob o risco de serem condenados à prisão ou a campos de reeducação.

“A Santa Sé poderá avaliar melhor a questão quando receber informações mais amplas e aprofundada”, disse o padre Lombardi, a respeito da ordenação de D. Luo Xuegang, presidida pelo bispo de Yibin, D. Chen Shizhong.

Após três ordenações episcopais, nos últimos meses, sem “mandato pontifício”, o porta-voz do Vaticano afirma que o facto de a China ter “um novo prelado que está em comunhão com o Papa e com todos os bispos do mundo é certamente positivo”.

OC

 

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