Cazaquistão: Igreja teme nova lei sobre as religiões

Os Bispos católicos do Cazaquistão manifestaram-se contra um novo projecto de lei que classificam como “um desastre”, acusando o regime de Astana de querer recuar no tempo e impor uma legislação restritiva, inspirada nos tempos da URSS, que obrigaria a Igreja a um maior cuidado. Karim Masimov, primeiro-ministro do país, já manifestou o seu apoio à nova Lei da Religião, que limita seriamente as actividades das organizações religiosas não aprovadas. Para a Igreja Católica e outros grupos religiosos sem reconhecimento do Estado, a nova legislação pode significar a expulsão dos missionários estrangeiros, limitando a acção dos ministros de culto e a publicação ou distribuição de literatura religiosa. A regulamentação da Lei poderia levar a uma interpretação ainda mais restritiva, obrigando ao encerramento dos edifícios da Igreja Católica. As crianças que queiram participar em actividades religiosas precisariam de uma autorização escrita dos seus país. Ainda mais preocupante para a Igreja é o facto da Lei da Religião poder vir a proibir o acesso a qualquer ajuda estrangeira, que no Cazaquistão é fundamental para a sobrevivência da comunidade católica. A Lei espera pela aprovação do presidente Nursultan Nazarbavev, depois de ter passado pela câmara baixa do Parlamento. Em declarações à organização católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o Arcebispo Jan Lenga, de Karaganda, revela que a lei pode forçar mais de 70 padres do Cazaquistão a sair do país, deixando apenas sete ao serviço. “A proposta de lei é contra todos os que não são ortodoxos e vai afectar-nos”, assegura D. Lenga. Neville Kyrke-Smith, da AIS, acaba de regressar do país asiático, diz que muitas comunidades locais organizaram jornadas de oração e jejum. A Igreja Católica tem apenas 200 mil fiéis numa população de 15 milhões de habitantes. A AIS apoia a comunidade católica com donativos para a construção de edifícios e para a deslocação dos seus membros, sobretudo em automóveis, ajuda essencial num país tão grande. Departamento de Informação da Ajuda à Igreja que Sofre

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