Cavaco Silva recebe delegação contra a pobreza

Representantes de várias associações foram hoje recebidos pelo Presidente da República, Cavaco Silva. O objectivo da audiência centrava-se na entrega da «Carta aberta contra a pobreza e desigualdade», assinada 280 entidades civis e outras ligadas à igreja, e sensibilizar o Presidente da República para o fenómeno da pobreza. Os representantes da Rede África-Europa, Fé e Justiça (AEFJN), da Antena AEFJN, da Rede Miqueias, do Objectivo 2015 e da Pobreza Zero quiseram sensibilizar Cavaco Silva “pois a pobreza é um crime público, porque há uma violação dos direitos humanos. Os pobres não precisam de esmolas, mas de justiça e, principalmente, de oportunidades”, salientou o representante da Rede Miqueias. As associações querem “trabalhar com os partidos políticos”, apresentando-lhes propostas concretas. “É preciso partilhar e haver um envolvimento para que a luta seja travada por todos”, corroborou Bruno Neto, coordenador da Pobreza Zero. O Pe. Valentim Gonçalves, da Rede África-Europa, enfatizou igualmente a necessidade de “sensibilizar as pessoas que estão nos centros de decisão para que as medidas sejam tomadas”. “É preciso que face à fragilização a que [os pobres] estão sujeitos não sejam esquecidos e esmagados”, declarou, apontando o exemplo do problema das migrações, que está apenas a ser tratado com “paliativos” e não com “um verdadeiro remédio”. “É preciso um novo paradigma, uma atitude diferente, uma visão aberta e não mesquinha”, defendeu ainda Valentim Gonçalves. Na carta aberta entregue a Cavaco Silva, os signatários afirmam que “é preciso lembrar os políticos das promessas públicas assumidas pelos 189 Estados-Membros das Nações Unidas quando assinaram, em Setembro de 2000, a Declaração do Milénio e se comprometeram a reduzir para metade a pobreza extrema até 2015”. Os representantes da Rede África-Europa, Fé e Justiça (AEFJN), pela Antena AEFJN, da Rede Miqueias, do Objectivo 2015 e da Pobreza Zero apresentam ainda ao Presidente da República os resultado da campanha “Levanta-te e Actua”, que mobilizou 93.707 pessoas em Portugal, o país que percentualmente mais gente movimentou na Europa. O “Levanta-te e actua contra a Pobreza e pelos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio” é um apelo global para que as pessoas se levantem exigindo que os seus governos cumpram as promessas de acabar com a pobreza extrema e que se alcancem os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) até 2015.

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