Catolicismo tem de ser missionário

Bispo do Porto participou na 14.ª assembleia dos Párocos Dehonianos, sobre «novos desafios» pastorais

Lisboa, 06 fev 2013 (Ecclesia) – O bispo do Porto sustenta que o catolicismo europeu só sobreviverá se conseguir ser “declaradamente evangelizador e missionário” no ambiente globalizado e secularista que carateriza a sociedade atual.

Numa mensagem deixada durante a última assembleia dos Párocos Dehonianos, que terminou hoje no Seminário de Alfragide, em Lisboa, D. Manuel Clemente sublinha a urgência de anunciar a mensagem de Cristo “começando na gentilidade do próprio bairro, escola ou hospital, quando não na própria casa e família de cada um”.

“O que noutros tempos pôde ser uma geografia, é agora e prevalentemente uma atitude, mesmo sem sair da mesma terra, mas ganhando com o que se acompanhar, direta ou indiretamente, nas outras todas, perto ou longe”, sustenta o prelado, citado pela página da Diocese do Porto na internet.

Para o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, o sucesso da Nova Evangelização depende muito também da capacidade que a Igreja Católica terá em “compreender a metamorfose social e cultural” que se está a verificar.

De acordo com aquele responsável, “a crise deste ano ou fase da vida coletiva, a que a fé tem de (cor)responder com práticas consequentes, é de particular profundidade e exige uma compreensão não meramente circunstancial das coisas, para se poder ensaiar respostas capazes de criar futuro e não apenas suportar inevitáveis consequências”.

E as soluções e implementar pela Igreja, acrescenta D. Manuel Clemente, devem “radicar-se, necessariamente, em experiências comunitárias autênticas, que eduquem segundo o Deus Amor”, e que nunca se desviem da verdade da Palavra de Deus.

“Das famílias às paróquias, dos institutos a todas as formas agregativas da vida cristã, a partilha do Evangelho e da vida é a fonte essencial da missão e da nova evangelização”, recorda o prelado.

O bispo do Porto destaca ainda a importância dos cristãos não basearem a sua ação em outra coisa que não “o Deus que Cristo revelou, tão diverso das inveteradas congeminações e inadvertências” humanas.

É preciso uma “Igreja una, santa, católica e apostólica”, de “tradição viva e insistente envio”, que não “se negue a si mesma”.

“Cristãos é a melhor definição do que é ser discípulo de Cristo, isto mesmo e não outra coisa, colada a qualquer religiosidade difusa e à escolha, old ou new age que seja”, conclui.

A 14.ª Assembleia de Párocos Dehonianos teve início no último domingo, no Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, e contou com a presença de 42 religiosos, provenientes em grande parte de paróquias, reitorias e capelanias de diversos pontos do país.

O evento, subordinado ao tema “Vive, proclama e testemunha a fé em Cristo: ‘Eu sei em quem pus a minha fé’ (2 Tim 1, 12)”, teve como objetivo “tomar consciência dos desafios colocados à ação pastoral” dos cristãos, num tempo de “grandes mudanças” e no âmbito do Ano da Fé que a Igreja Católica está a promover até novembro.

JCP

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