Antropólogo sublinhou necessidade de evitar repetição de fórmulas
Fátima, 24 out 2022 (Ecclesia) – O antropólogo Alfredo Teixeira disse nas jornadas nacionais de catequistas, que decorreram em Fátima, que a catequese não vai chegar “aos novos lugares da sociedade” se repetir fórmulas e modelos de ação.
“O pluralismo social requer escuta, disponibilidade e descoberta”, sublinhou o docente da Universidade Católica Portuguesa, durante a iniciativa que decorreu entre sábado e domingo.
Numa intervenção divulgada pelo portal Educris, do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), Alfredo Teixeira declarou que, se a catequese, em todos os seus processos e ação, “insistir na aplicação de antigas fórmulas de atuação, não chegará a tocar a complexidade da sociedade atual que se autonomizou e gerou novos lugares de interlocução”.
Na conferência ‘A Catequese em situação de pluralismos e de complexidades’, o antropólogo destacou que o novo Diretório para a Catequese reconhece “a necessidade de um novo olhar da Igreja para a realidade”.
“Um dos aspetos interessantes do Diretório prende-se com este esforço de alertar para os diferentes contextos sociais, numa realidade poliédrica, e que desafia a ler os contextos a partir do lugar do outro”, disse.
Alfredo Teixeira considera que o novo Diretório para setor da catequese se inspira “na Gaudium et Spes e no Documento de Aparecida”, trazendo de volta a ideia de uma Igreja preocupada em estar com o outro, em ir ao lugar do outro, para aí construir a sua ação”.
Também nas jornadas destinadas àqueles educadores da fé, Vânia Pereira, da equipa arquidiocesana de coordenação do processo sinodal de Braga, desafiou os catequistas a uma “mudança de paradigma na transmissão da fé”.
Na conferência ‘A Catequese na vida das pessoas e das comunidades eclesiais’, a responsável apelou a uma “criatividade próxima”, capaz de “abrir as portas para gerar relação com o outro”.
“A criatividade do catequista, e das próprias comunidades, é exigente porque tem de ser próxima da realidade”, observou.
Vânia Pereira sustentou que já existem “bons exemplos de paróquias de portas abertas” e desejou, para os catequistas, uma capacidade de se “desligar do hábito”, do “sempre foi feito assim” para reler os sinais presentes na realidade.
LFS/OC
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