Casal português dedica lua-de-mel à JMJ

Em causa está um programa de «espiritualidade ecológica» promovido pela Companhia de Jesus para pessoas de vários países, como Espanha, Irlanda e Líbano

Ourém, Santarém, 11 ago 2011 (Ecclesia) – Isabel e António Martins, casados de fresco, trocaram destinos paradisíacos ou a descoberta de novas terras por uma lua-de-mel ao serviço de 60 jovens que se preparam para ir às Jornadas Mundiais da Juventude, em Madrid.

Desde segunda-feira, ambos estão numa quinta em Ourém, situada a cerca de 140 quilómetros a norte de Lisboa, a colaborar com o programa ‘Magis’, organizado pela Companhia de Jesus (jesuítas).

Este projeto tem como principal objetivo dar aos mais novos a oportunidade de aprofundarem a sua fé, através do contacto com a natureza e de uma visão mais espiritual da criação, fora da agitação que muitas vezes caracteriza o dia a dia.

Aos participantes, vindos de países como Espanha, Irlanda e Líbano, foram apresentados dois desafios: meter mãos à obra e tomar parte nos trabalhos da quinta e reservar também tempo à reflexão pessoal e à oração.

“É muito gratificante receber pessoas no nosso país e poder ajudar de alguma maneira, estar do lado de cá do pano e fazer as magias também tem o seu encanto”, destaca António Martins, em declarações concedidas à Agência ECCLESIA.

Ele tem a seu cargo toda a logística do evento, desde as ferramentas usadas no campo até aos materiais que é preciso comprar.

Apesar de já ter participado em muitos eventos deste género, como campos de férias organizados pelos jesuítas, esta é a sua “primeira experiência Magis”, e logo como recém-casado.

“Não havia uma razão de fundo para não virmos, mas tínhamos muitas razões para virmos e começámos a pensar se isto não era uma maneira de vivermos o nosso casamento ao serviço dos outros”, explica.

No meio de tantas tarefas, o casal quase que só se cruza de manhã e à noite, com as refeições pelo meio.

“Já nos chamaram loucos muitas vezes, mas estamos a gostar muito”, realça Isabel Martins, para quem esta missão “faz todo o sentido”, já que estar ao serviço dos outros “é uma maneira de juntar coisas que os dois já traziam de trás”.

Mais entregue às tarefas da cozinha, ela tenta “apelar aos pratos portugueses, usando o que é criado na quinta”, para introduzir na cultura local.

Além de muitos dos jovens presentes pertencerem a um meio completamente diferente, a nível social e cultural, uma boa parte deles também nunca lidou de perto com tarefas agrícolas ou animais de campo.

Para António, ou Teté, como é tratado na quinta, está a ser “uma experiência muito gratificante, de trabalho em equipa”.

Este jovem proveniente de Córdoba, no sul de Espanha, destaca a importância desta iniciativa “não só para a preparação das Jornadas Mundiais da Juventude, mas para o entendimento desta ecologia espiritual”.

Antes de abandonarem a quinta pedagógica, no próximo domingo, os 60 peregrinos realizam amanhã uma caminhada de 12 quilómetros até ao Santuário de Fátima.

A JMJ 2011 vai decorrer entre 16 e 21 de agosto, na capital espanhola, onde são esperados mais de um milhão de peregrinos, a quem se vai juntar o Papa Bento XVI, nos últimos quatro dias.

LS/JCP

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