Sacerdote há um ano, explica que entrou no convento para «abrir-se ao mundo»
Fátima, 16 jul 2022 (Ecclesia) – O padre Renato Pereira, sacerdote carmelita há um ano, contou à Agência ECCLESIA que se sente “uma vocação do século XXI”, tendo chegado à ordem religiosa através do sítio online.
“Costumo dizer que sou uma vocação do século XXI, foi tudo através da Internet, eu já conhecia as congregações que existiam perto da minha casa, Franciscanos e Irmãos de São João de Deus mas nunca me revi, e o que fiz foi ver o que existia e perceber o que tinha em mim alguma ressonância e o que me chamou a atenção foi o site dos carmelitas e a importância da oração”, explica o religioso.
Natural da Ilha Terceira, nos Açores, foi ordenado há um ano, no dia litúrgico de Nossa Senhora do Carmo, que considera “como muito especial”.
“Eu desde os três anos que dizia que queria ser sacerdote, de forma genuína e muito infantil mas que ao longo do tempo foi amadurecendo, mas a vida religiosa foi mais tarde que tomei conhecimento”, recorda.
“Um certo fascínio, pela igreja e pela própria comunidade paroquial” deu lugar à descoberta da vida religiosa quando, aos dez anos, o padre Renato começou o seu percurso de discernimento vocacional.
“Foi com o meu pároco que percebi que havia a vida religiosa, era algo inesperado e desconcertante, e fui aceitando esta forma com muita confusão e até um certo estado de negação”, partilha.
O sacerdote carmelita começou a sentir “empatia” por esta forma de vida, sentindo que era “algo além dos seus horizontes”.
“Senti grande impacto dos santos carmelitas e foram estes elos de ligação com que fui até ao Carmelo, descobrir um enamoramento até hoje, eu fecho-me no convento para me poder abrir ao mundo, foi difícil deixar a minha mentalidade paroquial, e assumir uma missão diferente, que está ligada a um carisma”, assume.
Sem “nunca se sentir fechado no convento”, o padre Renato Pereira entende ter encontrado a vida consagrada como “uma existência vivida em comunidade” e que lhe abriu portas para se dedicar a outros temas que o realiza, como “a oração, a espiritualidade e os retiros”.
“Vivo uma vida comunitária que, dentro de portas já uma vida de expansão, não há solidão na vida religiosa, e depois a comunhão entre nós, também partilhada pelas irmãs, frades e seculares, que extravasa das portas do convento”, explica.
A entrevista integra hoje o programa de rádio ECCLESIA, sob o mote “a melhor parte”, na Antena 1 da rádio pública, emitido pelas 06h00, ficando disponível online.
SN