Cáritas: Proteção e resposta humanitárias são urgentes para população que foge de Nagorno-Karabakh

Confederação internacional da Cáritas pede União Europeia e à ONU que assegure passagem segura e proteção para quem decide sair ou permanecer nas suas casas

Lisboa, 28 set 2023 (Ecclesia) – A confederação internacional da Cáritas pediu à União Europeia e à Organização das Nações Unidas que garantam a proteção dos civis e o aumento da resposta humanitária para a população que sai da região de Nagorno-Karabakh, na Arménia.

“As pessoas que fugiram da crise devem receber assistência humanitária. A proteção das pessoas deslocadas deve ser assegurada e os seus direitos, incluindo os de passagem segura e de liberdade de circulação, devem ser plenamente respeitados. As pessoas devem ser livres de permanecer nas suas casas e as pessoas que fugiram devem ser autorizadas a regressar, se assim o desejarem”, explicou Alistair Dutton, Secretário-Geral da Caritas Internationalis, num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.

A região de Nagorno-Karabakh, localizada na fronteira entre a Armênia e o Azerbaijão, regista a saída de mais de 60 mil arménios, na sequência de um bloqueio de nove meses e de uma intervenção militar ao longo da fronteira na semana passada.

A rede da Caritas Internacional, presente em todos os continentes e várias regiões Oriente, e também na fronteira sul da Arménia, está a acompanhar a situação e “começou a responder às necessidades das pessoas deslocadas em conformidade com os princípios humanitários”.

“A Cáritas Arménia tem uma experiência significativa na prestação de ajuda humanitária, incluindo meios de subsistência, abrigos e assistência em dinheiro, graças à sua experiência anterior na resposta a emergências do conflito de 2020 entre a Arménia e o Azerbaijão. Os membros da Caritas Europa começaram imediatamente a mobilizar fundos e estão regularmente em comunicação com a Caritas Arménia para os acompanhar na sua resposta”, explica Maria Nyman, Secretária-Geral da Caritas Europa.

A confederação internacional da Cáritas e a Caritas Europa apelam ao “respeito pelo direito humanitário internacional” e pedem que a segurança e os direitos das pessoas deslocadas seja “garantida” durante a viagem, assim como “assistência necessária à chegada”.

“Dada a grande escassez de alimentos e a falta de acesso à eletricidade e à água no Nagorno-Karabakh, é crucial permitir plenamente o acesso humanitário rápido e sem entraves e a liberdade de circulação dentro e fora do Nagorno-Karabakh”, explicam.

O responsável pela Caritas Arménia, Gagik Tarasyan, pede uma “resposta rápida e eficaz” à população que se desloca de Nagorno-Karabakh que passa pelo “atenção e financiamento” dos agentes humanitários locais, com capacidade para responder às necessidades urgentes.

LS

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