Cáritas: Nações Unidas são vitais para acabar com a crise no Darfur

A Confederação Internacional da Cáritas elogiou a constituição de uma força militar conjunta da ONU e da União Africana (UA) para o Darfur, região do oeste do Sudão que desde 2003 vive uma violenta guerra civil. A resolução 1769 autoriza a formação de uma força denominada Unamid, constituída por 26 mil soldados e polícias. A Caritas Internationalis afirma que os 26 mil soldados serão vitais para manter a segurança dos civis e dos voluntários apanhados no meio do conflito. Esta organização internacional tem trabalhado através do “Darfur Advocacy Network” para pressionar a comunidade internacional a fornecer uma maior protecção às pessoas daquela região sudanesa. Pelo menos cerca de 200 mil pessoas morreram, mais de um milhão e meio foram forçadas a sair das suas casas e quatro milhões e meio de pessoas foram afectadas, desde que os confrontos despoletaram em 2003, um conflito frequentemente descrito como o maior desastre humano da actualidade. A esperança foi acalentada através o Acordo de Paz do Darfur – DPA – assinado em Abuja, em Maio de 2006, esperando que trouxesse paz à região e permitisse o acesso à reabilitação e reconstrução. Infelizmente, tal não aconteceu, possivelmente porque nem todas as partes foram consultadas no processo. O ambiente de ajuda humanitária tem-se vindo a deteriorar desde então. A Confederação da Caritas tem estado no Darfur desde o início das crises, trabalhando com a ACT (Action by Churches Together) International através de redes de confiança que são estabelecidas com agências de ajuda no Sudão. As organizações cristãs têm fornecido abrigo, água potável e saneamento e têm trabalhado na construção de clínicas de saúde e escolas para os refugiados a viver nos campos. A insegurança tem impedido os esforços de ajuda e tem resultado em mais mortes de alguns trabalhadores. Um membro da Caritas-ACT foi morto em Junho. A Caritas acredita que a resolução da ONU é um avanço. Contudo, dado que não se prevêem sanções contra o governo do Sudão, teme que haja bloqueio ao estabelecimento das forças de segurança. A secretária geral da Caritas Internationalis, Lesley-Anne Knight, afirmou ser ainda cedo para avaliar se a presença as forças das Nações Unidas no Darfur são significativas para terminar com o sofrimento dos locais, mas “é um forte sinal a todas as partes envolvidas para pararem com as lutas e para entrarem em negociações”. “A força deveria servir para providenciar protecção aos civis e para ajudar à segurança das operações humanitárias. Se as forças de paz conseguem alcançar estes objectivos, há então boas razões para ter esperança”, afirma, acrescentando que todos os partidos no Sudão devem “encorajar a presença das forças de segurança”. A Cáritas e os seus parceiros na «Darfur Advocacy Network» têm pressionado para se atingir uma resolução e Lesley-Anne Knight admite que “é muito bom ver os esforços recompensados”. O próximo grande desafio é envolver todas as partes do conflito para que se comprometam de facto com um processo de paz: “O resultado dos encontros a ter lugar em Arusha, na Tanzânia, será um bom indicador do compromisso”. Os encontros vão ditar um esquema de trabalho para uma nova ronda de negociações de forma a resolver pontos mais frágeis do acordo de 2006.

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