Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social escreve mensagem para a Semana Nacional da organização católica
Lisboa, 25 fev 2013 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal responsável pela Pastoral Social alertou para a necessidade de os católicos portugueses terem uma presença “interventiva” para enfrentar a atual crise económica, propondo um “novo modelo de sociedade”.
“Os sinais que os tempos nos oferecem interpelam-nos, pedem a nossa responsabilidade, exigem o nosso compromisso. Como cidadãos e cristãos nunca poderemos alhear-nos das condições de vida das pessoas e dos problemas da sociedade”, escreve D. Jorge Ortiga, na sua mensagem para o Dia Nacional da Cáritas 2013, que se vai celebrar a 3 de março, em volta do tema ‘Fé comprometida. Cidadania ativa’.
No texto, enviado à Agência ECCLESIA, o arcebispo de Braga diz que esta celebração deve “favorecer uma maior consciencialização sobre o lugar que a caridade deve ocupar nas nossas vidas e reforçar a coragem duma indispensável presença interventiva na sociedade”.
“É mais fácil permanecer no imobilismo, na desconfiança ou até num certo saudosismo do passado do que abrir-se à novidade de estilos de vida diferentes, de decisões estruturais indispensáveis, de compromissos voltados para futuro”, alerta.
A Cáritas Portuguesa está a assinalar a sua semana nacional, com várias ações locais e um peditório público que se realiza em diversas cidades, de quinta-feira a domingo.
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana apela a um “compromisso da fé através duma cidadania ativa, atenta às responsabilidades da hora presente, convicta da força transformadora dos gestos e dos sinais que, como expressão da fé, apontam para uma humanidade renovada”.
D. Jorge Ortiga recordou ainda as palavras de Bento XVI na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz 2013, onde o Papa deixou o desafio de fazer da crise “uma ocasião de discernimento e de um novo modelo económico.”
O arcebispo de Braga conclui com os votos de que “a relação entre as pessoas e o funcionamento das estruturas da sociedade consigam ser expressões mais consentâneas de um mundo onde vale a pena viver”.
Segundo registos internos da Cáritas, mais de 56 mil famílias solicitaram apoio à instituição em 2012 e, a nível individual, foram declarados mais de 158 mil pedidos de ajuda em território nacional.
Ao longo do ano 2012, a Cáritas Portuguesa registou um aumento das situações de emergência social na ordem dos 60% em relação ao ano anterior.
OC