O Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, fez um apelo à comunidade internacional e à Organização das Nações Unidas (ONU) para que “promovam o diálogo e a paz” no Médio Oriente. Comentando a crise entre Israel e o Líbano, o Cardeal italiano, um dos homens fortes da Cúria Romana, afirmou que antes de o conflito assumir dimensões mais difíceis de controlar, “a comunidade internacional e a ONU, em particular, devem promover o diálogo e a paz entre as partes e a afirmação de um Estado de Direito”. Antigo representante do Papa nas Nações Unidas, D. Renato Martino disse também esperar que “os Estados não cedam à tentação de interpretar o conflito numa chave política ou ideológica, pois isso torna menos eficazes o compromisso diplomático e a ajuda humanitária para a população civil”. Uma das principais preocupações apontadas por este responsável é a possibilidade de utilização de “armas nucleares ou de destruição em massa, que poderiam marcar uma página trágica para a história da humanidade”. “Hoje como nunca é preciso recuperar o sentido da missão da ONU para manter a paz e a segurança, com a adopção de medidas colectivas efectivas para a prevenção e remoção das ameaças à paz”, referiu, citando o primeiro artigo da Carta das Nações Unidas. O presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz lembrou que, nos nossos dias, nenhum conflito pode ser considerado de dimensão local. “A comunidade internacional precisa de tomar consciência da urgência de uma solução pacífica para a crise, da necessidade da afirmação da paz e do Estado de Direito e da ajuda humanitária para a população civil no Médio Oriente “, concluiu. Israel atacou na madrugada desta terça-feira a região cristã de Biblos, a norte de Beirute. Milhares de habitantes do sul e leste do Líbano estão no local, fugindo dos bombardeamentos israelitas. Kofi Annan, secretário-geral da ONU, já declarou que “é urgente que a comunidade internacional actue”, mostrando-se “muito preocupado com a situação no terreno” no Médio Oriente.