Bispos falam em terror e dos jovens como “alvos fáceis de manipulação pelos jihadistas”
Lisboa, 29 jan 2020 (Ecclesia) – A Igreja Católica nos Camarões alertou para a impotência das populações locais perante os ataques de grupos terroristas islâmicos, considerando que os “jovens são alvos fáceis de manipulação pelos jihadistas”.
“O Boko Haram é como os animais do Apocalipse, como uma hidra com muitas cabeças: quando lhe cortam uma, cresce imediatamente outra”, descreveu à Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) D. Bruno Ateba, bispo de Maroua-Mokolo, no norte dos Camarões.
O prelado denunciou à Fundação a “impotência das populações locais perante a aparente invencibilidade do grupo terrorista islâmico” que há alguns anos aterroriza os Países vizinhos como os Camarões, o Níger e o Chade.
“Não há um dia sem notícias de novos ataques e incursões dos terroristas na fronteira entre os Camarões e a Nigéria”, e os “sequestros e execuções dos camponeses levaram a um verdadeiro reino de terror”.
D. Bruno Ateba olha ainda o futuro e considera que os jovens são fáceis de manipular perante as circunstâncias.
“A pobreza, a insegurança e a falta de perspectivas futuras tornam os nossos jovens alvos fáceis de serem manipulados pelos jihadistas”, refere.
Também algumas aldeias dos Camarões perto da fronteira com a Nigéria foram destruídas, como denunciou à Ajuda à Igreja que Sofre nos últimos dias D. Barthélemy Yaouda Hourgo, bispo de Yaouga.
O responsável católico convida, de modo particular, a rezar pelos muitos deslocados que, no período mais frio do ano, por culpa dos terroristas, já não têm uma casa onde se abrigar.
SN