Cada vez mais leigos missionários nos PALOP

Centenas de portugueses partem, este Verão, por alguns meses ou mesmo anos para destinos de Missão. Estes voluntários missionários desenvolvem projectos com uma continuidade cada vez maior, com especial destaque para os PALOP, tornando-se referências quase obrigatórias no trabalho da educação, saúde ou pastoral de cada Missão. Cátia Vieira, da Fundação Evangelização e Culturas (FEC), explicou ao programa ECCLESIA que o voluntariado missionário vai conquistando um espaço cada vez maior, sendo “uma força” viva. Segundo dados divulgados pela FEC (www.fecongd.net) são 244 missionários portugueses que partem para terras de missão em 2006. A maioria dedica-se a tempos de missão de um a dois meses, privilegiando o período do Verão e optando por oferecer o seu tempo de férias a uma causa missionária. São 47 aqueles que partem com compromissos de um a dois anos em missão voluntária. Moçambique é o país que recebe mais voluntários este ano: um total de 96 pessoas parte para apoiar projectos neste país. Segue-se Angola, que acolhe 58 voluntários. As motivações para a partida são várias: Ana Rita, da Equipa d’África, estará em Moçambique a partir da próxima semana, ao longo de dois meses, e confessa que vai porque “acredito que podemos fazer alguma coisa para tornar o mundo melhor”. “Procurei um projecto que tentasse melhorar uma realidade diferente da nossa e encontrei na Equipa d’África um caminho”, relata. A missão passa por iniciativas da área da educação e da saúde, para além da acção pastoral junto da comunidade cristã. Esta jovem destaca ainda a importância da formação, frisando que “ninguém pode querer partir no vazio”. Pedro Santos, dos Jovens sem Fronteiras, partiu e já regressou de Bissau, após um ano de voluntariado missionário em que foi professor. Depois de ter vivido algum tempo com o “bichinho” do voluntariado, decidiu que tinha chegado a altura de parar e contactou os Espiritanos, onde se começou a preparar. “O mais importante é a nossa disponibilidade, o querer estar em contacto com outros povos e outras culturas, mesmo que não tenham a mesma fé do que nós”, aponta. Da sua experiência, lembra os primeiros dias difíceis por causa do “silêncio”, mas assegura que depois se acaba por gostar. “Mesmo ir a Bissau acabava por irritar”, recorda.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top