«Cabaz de Conversas»: No Advento «não pode faltar a dimensão da caridade» e a oração – padre Carlos Aquino

«Não fazemos parte do grupo dos negacionistas diante desta pandemia», destaca pároco de Loulé

Foto: Folha do Domingo/Samuel Mendonça

Loulé, 03 dez 2020 (Ecclesia) – O padre Carlos Aquino, pároco de Loulé, na Diocese do Algarve, afirmou que na caminhada de Advento, que prepara o Natal, “não pode faltar a dimensão da caridade” e da oração.

“Temos de, diante deste tempo, saber dar outras respostas e que estejam todas ao serviço da evangelização. Não fazemos parte do grupo dos negacionistas diante desta pandemia”, disse em entrevista à Agência ECCLESIA, no ‘Cabaz de Conversa’ desta quinta-feira.

O responsável diz compreender que as pessoas tenham medo de ir às celebrações, mas diz que, “ao mesmo tempo, a Igreja tem de estar presente”.

Para o padre Carlos Aquino é importante destacar “a resiliência”, no sentido de reencontro, de recuperar “o que é fundamental” e “na perspetiva cristã não emudecer as grandes virtudes teologais: fé, esperança, caridade”.

No dia 29 de novembro, começou um novo ano litúrgico no calendário católico, com o tempo de Advento, que nesta primeira semana convida a vigiar.

O sacerdote explica que “o primeiro vigilante é o próprio Deus, é o modelo da grande vigilância, que cuida, que protege, que acompanha, que liberta”.

Para o pároco de Loulé, “não pode faltar a dimensão da caridade” no serviço que a Igreja Católica pode fazer para estar mais perto das pessoas, para acompanhar, no tempo do Advento que é marcado também pelas propostas de itinerários, caminhadas, que envolvem as crianças na catequese, as comunidades e as famílias e onde a oração “é fundamental para esta proximidade”.

O padre Carlos Aquino adianta que, para além da campanha diocesana da catequese, a comunidade paroquial preparou uma campanha solidária e de catequeses, com o lema ‘Revesti-vos da luz’, que vai terminar no Batismo do Senhor.

“Em cada domingo há sempre algo que vamos valorizar para a partilha”, acrescenta, dando conta que foi constituída há pouco tempo a Cáritas Paroquial, e “como primeira ação era importante esta valorização da caridade”.

Na Diocese do Algarve, o Natal também é marcado em algumas regiões pelo presépio tradicional que consiste em “construir o presépio em cima de uma cómoda, tipo vários degraus, podiam ser nas casas de três, cinco ou seis degraus, que são forrados com toalhas muito bonitas, bordadas, rendadas, e quem em cima esse altar a figura do menino rei”.

Foto: Folha do Domingo/Samuel Mendonça

O padre Carlos Aquino recorda a expressão característica “armar o presépio ou o armar o menino” e explica que nesse altar põem “searas, que são semeadas no dia 8 de dezembro, simbolismo de uma vida nova que germina, como o trigo que floresce para dar pão”, para além de “laranjas, de verduras e de flores muito utilizadas neste tempo de Advento”.

O ‘Cabaz de Conversas’ é uma partilha da realidade e das tradições de Natal nas dioceses portuguesas e também uma iniciativa solidária com a Agência ECCLESIA e as dioceses a organizarem um cabaz que vai ser entregue às Irmãs Dominicanas do Rosário.

CB/OC

 

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