Francisco encontrou-se com membros do clero e de institutos religiosos
Rakovski, Bulgária, 06 mai 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco encontrou-se hoje com membros do clero e de institutos religiosos, na Bulgária, na localidade de Rakovski, desafiando os católicos a dar o “primeiro passo” para ir ao encontro de que mais precisa, com as “portas abertas”.
“Os homens e as mulheres de Deus são aqueles que têm a coragem de dar o primeiro passo e, com criatividade, procuram colocar-se na linha da frente, testemunhando que o Amor não está morto, mas venceu todos os obstáculos”, declarou, na igreja de São Miguel Arcanjo.
A intervenção recordou o primeiro compromisso do dia, a visita privada ao campo de refugiados de Vrazhedebna, nos arredores da capital búlgara, onde se encontrou com deslocados e refugiados, de vários países do mundo, e também voluntários da Cáritas.
Francisco realçou que ali encontrou a “consciência de que toda a pessoa é filha de Deus, independentemente da etnia ou confissão religiosa”.
“Para amar alguém, não é preciso pedir-lhe o seu currículo; o amor precede, antecipa-se, porque é gratuito”, precisou.
Ver com os olhos da fé convida-nos a passar a vida, não colando etiquetas nem classificando quem é digno de amor e quem não o é, mas procurando criar as condições para que cada pessoa possa sentir-se amada, sobretudo quem se sente esquecido por Deus, porque é esquecido pelos seus irmãos”.
O Papa ouviu testemunhos de uma religiosa, um sacerdote e uma família da minoria católica na Bulgária (68 mil pessoas, menos de 1% da população), antes de evocar a figura de São João XXIII, o pontífice que convocou o Concílio Vaticano II (1961-1965) e viveu em Sófia, de 1925 a 1934, ao serviço diplomático da Santa Sé.
“No meio de vós, germinou uma forte amizade com os irmãos ortodoxos e isso impeliu-o por uma estrada capaz de gerar a tão suspirada e frágil fraternidade entre as pessoas e as comunidades”, assinalou.
Citando o ‘Papa Bom’, Francisco sustentou que os homens de Deus são “aqueles que aprenderam a ver, confiar, descobrir e deixar-se guiar pela força da ressurreição”.
O pontífice desejou que cada paróquia seja “uma casa no meio de todas as casas”, uma comunidade viva que “apoia, acompanha, integra e enriquece”.
“Assim, aprendemos a ser uma Igreja-família-comunidade que acolhe, escuta, acompanha, se preocupa com os outros, revelando o seu verdadeiro rosto, que é rosto de mãe. Igreja-mãe que vive e assume os problemas dos filhos, não dando respostas pré-fabricadas”, prosseguiu.
A intervenção advertiu para a “falta de raízes” das novas gerações e insistiu na necessidade de promover o encontro entre jovens e idosos, “memória viva” da fé e da sociedade.
Francisco pediu aos cristãos da Bulgária que saibam ser “audazes e criativos” para falar de Deus, particularmente aos jovens, “de maneira concreta e compreensível”.
Após a bênção final, o Papa percorreu a nave central até ao adro da igreja de São Miguel Arcanjo, onde cumprimentou alguns jovens doentes e voluntários que os acompanham, num momento assinalado com o lançamento de balões brancos.
Francisco segue depois para Sófia, onde participa no encontro pela paz, com representantes de várias confissões religiosas, na Praça Nezavisimost.
OC