Brasil: Bispos católicos publicam nota de solidariedade com os Yanomami

«As dores de cada indígena são também da Igreja» – CNBB

Foto: Lusa/EPA

Brasília, 01 fev 2023 (Ecclesia) – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou esta terça-feira uma nota intitulada ‘Em defesa dos povos originários’, manifestando a sua solidariedade ao povo Yanomami.

O texto, assinado pela presidência do organismo episcopal, condena a “ofensiva contra os direitos dos povos indígenas, agravada nos últimos anos”, recordando as sucessivas denúncias do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

“A realidade vivida pelo povo Yanomami é, pois, síntese do que apresenta o relatório do CIMI. Os povos originários, integrados na natureza, têm sido desrespeitados de modo contumaz, a partir da ganância, da exploração predatória do meio ambiente, que propaga a morte em nome do dinheiro”, escreve a CNBB.

Perante “a gravidade do que se verifica no norte do país, das mortes, principalmente de crianças e de idosos”, os bispos católicos pedem que haja “indignação”, em todos os que se assumem como defensores da vida.

“A vida tem de ser efetivamente defendida, não apenas numa etapa específica, mas em todo o seu curso. E a defesa da vida humana é indissociável do cuidado com o meio ambiente”, refere o documento.

A CNBB dirige-se às autoridades, solicitando um tratamento adequado para cada comunidade indígena presente no território brasileiro e que “sejam apontados os responsáveis, para que a justiça prevaleça”.

“As dores de cada indígena são também da Igreja, que, a partir de sua doutrina, do magistério do Papa Francisco, vem ensinando a importância dos povos originários na preservação do planeta”, assinalam os responsáveis católicos.

O território Yanomami, maior reserva indígena do Brasil, é habitado por cerca de 27 mil indígenas que, segundo o novo Governo, foram vítimas da falta de assistência na área da saúde e do assédio de mineradores ilegais.

O atual executivo brasileiro estima que 500 crianças indígenas tenham morrido, nos últimos anos, devido à água potável contaminada com mercúrio, que está diretamente ligada à extração ilegal de ouro.

OC

Sínodo 2019: Exposição junto ao Vaticano alerta para consequências da mineração na Amazónia (c/fotos)

 

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