Brasil: «Articulação» na Igreja e na sociedade é a «palavra-chave» da Pastoral de Turismo

«Levar ao mundo do turismo uma palavra, um jeito de ser e de pensar diferente» – Padre Manoel de Oliveira Filho

Foto: Pastoral do Turismo – Portugal

Coimbra, 03 fev 2023 (Ecclesia) – O diretor Nacional da Pastoral de Turismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disse hoje que a “palavra-chave” da ação desta área “é articulação”, que desenvolvem na Igreja, na sociedade e no mundo do turismo.

“A palavra-chave da nossa ação pastoral no Brasil é articulação; Articulação dos mais variados atores, levar ao mundo do turismo uma palavra, um jeito de ser e de pensar diferente”, disse o padre Manoel de Oliveira Filho, em Coimbra, nas jornadas organizadas pela Pastoral do Turismo – Portugal (PTP).

O sacerdote brasileiro explicou que nesta articulação com a Igreja e a sociedade vão “desenhando o rosto da Pastoral do Turismo no Brasil”, que “é um rosto feminino, com protagonismo jovem”, de “base comunitária”, e com uma metodologia que empodera as comunidades”, para que “sejam protagonistas do processo turístico”, como as comunidades primitivas, as rurais, e as ribeirinhas.

“Periféricas e têm muito a oferecer. O que queremos é que a comunidade seja protagonista, dite as regras, e possa receber as benesses, não seja só sujeito passivo”, acrescentou.

O diretor da Pastoral de Turismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil foi um dos oradores da sessão que refletiu sobre o tema “Da comunhão nasce a Esperança: trabalhar em rede, para desenvolvimento de uma ‘Pastoral Laudato Si’ – A Pastoral do Turismo em uma perspetiva sinodal e Laudato Si”.

“O êxito da Pastoral do Turismo Laudato Si é articulação no interno da Igreja e da sociedade”, afirmou o sacerdote brasileiro, destacando o exemplo de Salvador da Bahia e o seu projeto ‘Roteiros de Fé’

O padre Manoel de Oliveira Filho explica que esta Pastoral da Igreja toca inclusive “o que na prática do turismo fere a dignidade humana”, como a exploração das pessoas, as baixas remunerações.

O sacerdote faz parte da Câmara Empresarial do Turismo e explicou que é “para ser presença, ter palavras”, e desenvolver ações para levar o “desenvolvimento às camadas mais desfavorecidas”, salientando que sempre que se fala em desenvolvimento devia-se perguntar “para quem?”.

“A palavra ‘pastoral’ carrega o mundo, podia ser setor, departamento, mas chamamos pastoral porque é uma ação da Igreja; Uma pastoral é ação de Jesus bom pastor que cuida das ovelhas que estão no vasto mundo do turismo, na América Latina compreendemos como um universo lato o mundo do turismo religioso”, disse o padre Manoel de Oliveira Filho.

‘A Caminho de uma pastoral Laudato Si’ é o tema das V Jornadas Nacionais da Pastoral do Turismo, que começaram esta quinta-feira, 2 de fevereiro, no Seminário Maior de Coimbra, e terminam dia 4 de fevereiro, sábado.

Carlos Laranjo Medeiros, coordenador da Candidatura a Património Imaterial Culto da Nossa Senhora da Nazaré, que engloba para além de Portugal, o Brasil, Angola e a Espanha, através das Ilhas Canárias, por exemplo, “um dos cultos marianos mais antigos de Portugal” e no mundo, destacou a “enorme potencialidade” de evangelização.

O orador recordou a história deste culto mariano, presente em 400 paróquias de cinco continentes, e da sua imagem, que se encontra em estudo, salientando também, no âmbito turístico, que na Nazaré (Portugal) existe “um dos dois templos visigóticos ainda visíveis da Península Ibérica”.

O Papa Francisco recebeu, no Vaticano, uma imagem de Nossa Senhora da Nazaré, no final da audiência geral pública de 14 de novembro de 2018, entregue por uma delegação e Portugal com o objetivo de promover candidatura do culto a Património Imaterial e Cultural da Humanidade que, segundo Carlos Laranjo Medeiros.

No espaço de debate com os participantes, o coordenador Nacional da Pastoral do Turismo da Igreja Católica no Brasil lembrou a realização da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa.

O padre Manoel de Oliveira Filho partilhou que quando chegou a Portugal, no aeroporto, um polícia perguntou se ia regressar ao país para a JMJ 2023, que se realiza de 1 a 6 de agosto, quando explicou que vinha participar nas Jornadas Nacionais da Pastoral do Turismo.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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