Bragança: D. José Cordeiro quer alargar Sínodo a realidades «sociais, políticas, económicas e culturais»

Bispo diocesano diz que «não partem do zero» mas há que «consolidar âmbitos permanentes da comunhão sinodal»

Foto: Diocese de Bragança – Miranda

Bragança, 17 out 2021 (Ecclesia) – D. José Cordeiro afirmou hoje a intenção na diocese de Bragança – Miranda de escutar, no processo do Sínodo dos bispos, “outras realidades da pastoral antropológica e territorial: sociais, políticas, económicas e culturais”.

“Gostaríamos, ainda, de escutar outras pessoas que raramente são ouvidas: os pobres, os reclusos, os migrantes, as pessoas com deficiência, as minorias étnicas e as outras periferias existenciais e os gemidos da recente pandemia que são invisíveis na cidade, na vila ou na aldeia”, afirmou o bispo de Bragança-Miranda durante a celebração que deu início ao Sínodo dos Bispos na diocese.

O responsável pediu que se “acredite e ame a Igreja”, e que se cônjuge uma “gramática do dom de caminhar juntos”, “em espírito de serviço dedicado, sincero e humilde do coração”, procurando “escutar”.

“Todavia, quantas vezes ouvimos dizer: “Jesus sim, a Igreja não”, como se um pudesse ser alternativa à outra. Não se pode conhecer Jesus, se não se conhece a Igreja. Só se pode conhecer Jesus por meio dos irmãos e irmãs da sua comunidade. Ninguém pode dizer-se plenamente cristão, se não viver a dimensão eclesial da fé»”, afirmou.

D. José Cordeiro afirmou que este caminho sinodal que agora tem início “não parte do zero” mas deve “consolidar âmbitos permanentes da comunhão sinodal”.

“Conscientes que a sinodalidade é o estilo próprio da vida e da missão da Igreja, queremos consolidar nos âmbitos permanentes da comunhão sinodal: no conselho presbiteral, no colégio dos consultores, no conselho pastoral diocesano, no conselho episcopal, no conselho diocesano para os assuntos económicos, conselhos paroquias dos assuntos económicos (fábricas da igreja), direções e colaboradores das IPSS’s e outras realidades da diaconia da caridade, nas comissões diocesanas, nos secretariados e serviços diocesanos, nos conselhos pastorais das unidades pastorais, no conselho pastoral dos arciprestados, nas comunidades e pessoas de vida consagrada, nos movimentos, nos grupos eclesiais e na piedade popular”, reconheceu.

O responsável apontou a “circularidade dinâmica de: «todos», «alguns» e «um»”.

“Todos os membros da Igreja somos convocados à consulta, alguns (equipa e assembleia sinodal) são chamados a discernir, um (o Bispo Diocesano) é quem tem a decisão na proximidade a Deus, ao Colégio episcopal, ao Presbitério e a todo o povo santo de Deus”, explicou.

D. José Cordeiro apresentou o processo sinodal como uma etapa “nova e surpreendente na Igreja”, um “caminho com Deus e com a humanidade para viver uma experiência humilde e desinteressada na lógica do serviço”.

As dioceses portuguesas assinalam, a partir deste domingo, a fase inicial de consulta e mobilização das comunidades católicas no processo sinodal convocado pelo Papa, que decorre até 2023.

A auscultação das Igrejas locais é uma etapa inédita, desenhada pelo Papa Francisco, que pediu a cada bispo que replicasse a celebração de abertura que decorreu no Vaticano, a 9 e 10 de outubro, com uma cerimónia diocesana.

LS

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Agência ECCLESIA

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