«Aceitaremos quem a Igreja nos oferecer, mas pedimos a Deus um pastor para os dias de hoje», afirmou D. Jorge Ortiga
Braga, 04 set 2020 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga afirmou numa nota pastoral na abertura do ano 2020/2021 que a arquidiocese espera que o Papa Francisco “nomeie um novo arcebispo” e vive “um momento que se deve revestir de grande responsabilidade espiritual e eclesial”.
“Aceitaremos quem a Igreja nos oferecer, mas pedimos a Deus que nos dê a graça de um pastor para os dias de hoje, nesta parcela da Igreja que se orgulha do seu passado, e que quer continuar a edificar o reino de Deus fiel à Palavra e às necessidades concretas deste povo do Minho”, escreveu hoje D. Jorge Ortiga, na nota pastoral.
Na abertura do novo ano 2020/2021, o arcebispo assinala que importa “dar um passo em frente e criar um ambiente de expectativa marcada pela oração”, numa nota que é uma carta para os sacerdotes da Arquidiocese de Braga.
D. Jorge Ortiga pede que se crie “ambiente de oração” e todos trabalhem para que “a renovação prossiga através da responsabilidade dos leigos e dos sacerdotes”.
No início de mais um ano pastoral, o arcebispo de Braga afirma que a novidade “está na aceitação dos desafios propostos”, adiantando alguns aspetos do programa da arquidiocese para 2020/2021.
“Sei que cada um dará o seu contributo. Continuarei, também, a dar o meu até que Deus determine o contrário. Rezo e espero que rezeis por mim. Vamos, com entusiasmo, ser esta Igreja sinodal, caminhando com todos os sacerdotes, com os nossos cristãos e com o mundo que nos rodeia. Neste sentido saibamos ser samaritanos que oferecem vida e esperança”, desenvolveu.
O arcebispo de Braga apresentou a sua renúncia ao Papa Francisco após completar 75 anos de idade – 5 de março de 2019 – seguindo as determinações do Direito Canónico.
D. Jorge Ortiga começa a sua carta a observar que iniciam um novo ano pastoral que, “infelizmente, vai ser totalmente diferente” e as perspetivas quanto à pandemia do novo coronavírus “não são muito animadoras”.
“A Covid-19 trouxe-nos um conjunto de mudanças e transformações que alteraram os nossos comportamentos habituais e estão a motivar uma reflexão séria para encararmos novas atitudes pastorais. Foram muitas as alterações a nível pessoal, social e eclesial e talvez ainda não tenhamos consciência do que importará realizar”, desenvolve.
Segundo o arcebispo de Braga estes “tempos novos cheios de incerteza e de desafios” vão ser para a arquidiocese uma oportunidade para despertarem “esperança, renovando as comunidades e encontrando novos modos de construir a pastoral”.
“Podemos não saber muito bem qual o caminho a percorrer mas, por sua vez, o desencanto e o pessimismo não podem tomar conta de nós. Há muito caminho novo a percorrer”, acrescenta, sublinhando que a pandemia obriga “a repensar a pastoral”.
D. Jorge Ortiga destaca que a Igreja “continua a dar importância” à evangelização e à educação da fé, à celebração festiva dos mistérios sagrados e “à vivência de uma caridade incarnada que dê resposta aos problemas reais”.
O programa para o novo ano pastoral 2020-2021 situa esta Igreja diocesana “nas exigências” deste momento histórico e oferece “perspetivas que permitem continuar a apostar na renovação eclesial”, que é “o objetivo final” e “imbuídos” do projeto de construir “uma Igreja samaritana e sinodal”, o arcebispo propõe aos sacerdotes “cinco percursos para o realizar” na sua nota pastoral publicada hoje no sítio online da Arquidiocese de Braga.
CB/PR