Bispos da França condenam investigação em embriões humanos

Os Bispos católicos da França estão debaixo de fogo por causa da sua oposição à investigação científica em embriões humanos. A polémica surge por ocasião da realização, esta semana, do 20º “Telethon”, com iniciativas locais e nacionais de solidariedade para com a Associação Francesa contra as Miopatias. Apesar de grande parte dos fundos reverter em favor dos doentes neuromusculares, 2% do dinheiro é destinado para a pesquisa embrionária. Para os membros da Conferência Episcopal Francesa (CEF) os fundos recolhidos pela iniciativa, que gera uma mobilização sem precedentes, não devem servir para a destruição de embriões humanos. “O Téléthon permitiu grandes progressos na tomada de consciência da existência de crianças com miopatias e na pesquisa contra a doença, mas isso não nos deixa passar um cheque em branco, sobretudo quando são privilegiadas pistas de investigação pela destruição de embriões”, afirmou D. André Vingt Trois, Arcebispo de Paris. D. Michel Dubost, Bispo de Evry, perdeu um irmão com 15 anos por causa da doença e agradece os avanços realizados ao longo das últimas décadas, mas lembra que “para os católicos o homem não deve ser objecto de manipulação”. A CEF, na sua página oficial, nega um “boicote” a esta iniciativa de solidariedade, mas apela à discussão. “A Igreja convida os fiéis a mobilizarem-se com generosidade para favorecer o progresso da ciência, mas também, antes de efectuarem a sua escolha e apoiarem este ou aquele organismo, a se informarem sobre as pesquisas e tratamentos que tomam em conta os valores éticos”, refere D. Dominique Rey, Bispo de Fréjus. O Arcebispo Jean-Charles Descubes, presidente do Conselho Episcopal francês para as questões familiares e sociais, sugere que em edições futuras da iniciativa seja possível “afectar os donativos”, segundo critérios éticos.

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