Bispo para lá do Marão

D. Joaquim Gonçalves é bispo há 25 anos, 19 dos quais ao serviço da Igreja de Vila Real. São esses anos que avalia à Agência ECCLESIA entre referências a traços da sua personalidade. Agência ECCLESIA (AE) – Na celebração dos seus 25 anos de bispo é tempo de olhar para trás e avaliar o percurso feito? D. Joaquim Gonçalves (JG) – Este é um tempo de acção de graças e de pedido de coragem para o futuro. Primeiro, acção de graças porque é um dom e deve-se agradecer o bem que se soube fazer. Em relação ao pedido de coragem para o futuro, se a providência quiser ainda terei mais 5 anos para trabalhar neste ministério. Cada vez estou menos jovem e as dificuldades da sociedade adivinham-se com alguma subtileza para as quais é preciso lucidez e coragem. Estes são os dois sentimentos dominantes deste dia. Três bispos saídos da diocese de Vila Real AE – Teve algum momento que o marcasse de modo mais acentuado? JG – A nossa vida de bispo é muito rotineira mas tive, certamente, actos mais sentidos. Um deles foi a nomeação de três bispos saídos da diocese de Vila Real. Quando da nomeação do primeiro, eu era ainda bispo coadjutor e na dos outros já era bispo diocesano. É um acto significativo porque não é muito frequente, em tão pouco espaço, a saída de três bispos. As ordenações, a melhoria da Sé e a conclusão da casa do clero foram também momentos fortes. AE – Para perpetuar este acontecimento escreveu também uma Carta Pastoral «Convosco e para Vós». JG – O clero pediu-me, no último conselho presbiteral, para escrever uma carta pastoral para marcar a data. Foi publicada recentemente e o título foi tirado da obra de S. Agostinho. Entre o testemunho e a profecia faço um pouco a memória do que é esta conversão de um sacerdote que veio da pastoral directa para o episcopado. Há aqui uma conversão dentro do sacerdócio para o novo ministério. No documento sublinho três ou quatro sectores que hoje se apresentam com alguma dificuldade. Primeiro é uma reflexão sobre o bispo na Igreja e depois aborda a tentação para a novidade absoluta e uma perda de memória do passado. Advirto os cristãos para a necessidade de serem fiéis a um tesouro que é transmitido e que não é fixo e rígido mas evolutivo. Nele há sempre uma permanência que vem do tesouro dos apóstolos. Num segundo elemento faço uma reflexão sobre o «ser cristão num regime de laicidade» sem saudades de um regime de cristandade mas numa nova maneira de estar na sociedade civil. Não basta dizer que a sociedade mudou. O cristão tem de saber posicionar-se de uma maneira adulta e não pode transformar esse núcleo ético da sociedade civil na sua religião. Não pode ter saudades das pseudo-liberdades – ficam reduzidas a isso – que não têm uma perspectiva transcendente. Outra riqueza de valores AE – Perante o quadro que nos traçou antevê momentos difíceis? JG – É um mundo diferente que nunca pára. Tivemos uma fase de cristandade onde a igreja e os valores andavam de mãos dadas mas agora é diferente porque a sociedade civil governa-se pelos valores da Natureza. A Igreja tem outros horizontes visto que é escatológica e a sociedade não. O cristão terá de saber viver no meio de cidadãos que não têm os horizontes que ele possui. Terá de viver com valores mais ricos e profundos do que a sociedade laicizada. A tentação é ele contentar-se com aquele núcleo de valores que são comuns a essa vida de cidadãos. AE – Nessa linha exorta os cristãos a usarem a ciência com muita sabedoria. JG – Exactamente. Só assim saberão ultrapassar esse pequeno núcleo com outra riqueza de valores que são dele e do seu projecto de vida. Esta é a sabedoria que o cristão terá de possuir. AE – Em 1997, na celebração das bodas de diamante (75 anos) da diocese escreveu uma carta aos seus diocesanos sobre «Um Povo em festa». Ainda se nota o ambiente festivo? JG – Ainda há festa mas é diferente. Naquela altura era a própria diocese que estava a viver os 75 anos da sua vida, agora é o bispo que celebra os 25 anos de ordenação episcopal. Simplesmente, o bispo não é uma pessoa que vive de si e para si. Ele vive com o povo e para o povo («Convosco e para vós»). O povo sente mais depressa quando é o aniversário da diocese. Quando é o aniversário do bispo sente-o de forma mais indirecta embora partilhe da alegria. AE – É a festa do pastor? JG – Sim mas com actos comunitários. Primeiro publiquei a carta pastoral, a Eucaristia dominical e a exibição da «Travessia» – um oratório com quatro quadros: Distribuição das tribos, as tentações do deserto, os frutos da terra prometida, a despedida de Moisés e a passagem do Jordão. Já foi tocado em vários concelhos da diocese. Tenho boas relações com todos os Municípios AE – A exibição da «Travessia» em vários concelhos e as condecorações recebidas de alguns Municípios indicam um bom relacionamento com os governantes locais? JG – Tenho boas relações com todos os Municípios. Quer com os presidentes que estão em exercício quer com alguns que saíram. Nunca tive atrito algum e muitos deles aparecem nas visitas pastorais. Eles têm o seu projecto que não é coincidente com o do bispo. É um projecto de governo civil e das estruturas humanas. Alguns deles esforçam-se imenso para que o povo se mantenha presente e residente nas terras porque muitas delas estão a ficar carecidas com a desvalorização da lavoura. AE – Perante este fenómeno da desertificação humana o que a Igreja de Vila Real está estagnar esta sangria? JG – Não é uma tarefa muito nossa. Como diz o Papa no último documento, a Igreja não tem sobre si a tarefa de fazer a reforma de justiça social. Animamos os esforços dos leigos nessa área. Noto que os concelhos da fronteira – mais a Norte – estão a ficar cada vez mais despovoados. Os do Sul menos. As vilas e cidades estão a crescer. Existe uma deslocação da população. Nalguns concelhos a soma geral dos habitantes não tem descido tanto como descem nas freguesias rurais. Há muita migração sazonal ou definitiva para o estrangeiro e para outras zonas do país. Perante esta situação pouco podemos fazer mas mantenho a assistência religiosa toda – as igrejas têm-se mantido renovadas – mesmo que o grupo das pessoas residentes seja cada vez menor. Nos dias de festa (incluindo as visitas pastorais), aqueles que se deslocaram para outras paragens aparecem na sua terra. As migrações são uma consequência do dinamismo de carácter económico e social. Esta função pertence aos poderes políticos e administrativos e não propriamente à Igreja. Os problemas no Douro AE – Para além dos fluxos migratórios, algumas aldeias durienses debatem-se com problemas? JG – Nesta celebração dos 250 anos da região Demarcada do Douro, os párocos destas paróquias têm-me feito sentir a preocupação pela estagnação da economia do Douro. Esta região está a produzir uma certa riqueza para gente que não é do Douro. Existe algum menosprezo pelos pequenos e médios produtores que não têm capacidade, por si mesmos, de se afirmarem nessa luta económica de grandes poderes. Por outro lado, entendem que há uma desproporção enorme entre o vinho de consumo ao preço que sai de cá (das adegas) e aquele por que se vende nos restaurantes. Muitas vezes atinge o quádruplo do valor e muitos inibem-se de consumir esse vinho. Eles queriam denunciar esse abuso e os lucros excessivos de alguns industriais da restauração. Os lucros da plantação excessiva de vinha – com dinheiros da União Europeia – revertem a favor de poderes económicos vindos de fora para explorar as terras. Os párocos lamentam estes acontecimentos. AE – Sendo natural do Minho, concelho de Fafe, como caracteriza o transmontano? JG – O transmontano é uma pessoa muito discreta e algo reservada. No primeiro contacto espera, ouve e vê silenciosamente. É uma pessoa que está na expectativa e vê o projecto apresentado. Se nota que a pessoa é leal e que o projecto é sério e transparente, adere às causas e é de uma fidelidade total. AE – Utilizou esta observação na sua pastoral diocesana? JG – Estive sempre atento e nas homílias – quando vou às paróquias – falo-lhes com franqueza. Apresento sempre o projecto e onde queremos chegar. Faço também referência a outros projectos de vida – não são inspirados pelo cristianismo – para que eles também possam comparar. Nunca tive nenhuma reacção negativa da população. Até pelo contrário. Dentro da Igreja e, sobretudo cá fora, tenho encontrado das pessoas uma adesão e compreensão. É uma gente que tem valores de discrição mas de lealdade sempre que se falou verdade e se apresentou um projecto com exactidão. AE – Na sua Carta Pastoral – no capítulo da «Paternidade do Bispo»- faz referência às famílias que manifestam os desejo de «Beijar o anel de bispo». É um sintoma que as ovelhas estão com o pastor? JG – É verdade. Isso acontece na geração para cima dos 40 anos. Encontro nas visitas pastorais, sobretudo mães de família, que querem beijar o anel do bispo e dizem-no aos filhos. Põem nisso uma relação afectiva muito grande, no sentido que é o pastor da igreja e o nosso pai na fé. Penso que isso vem dos tempos da Acção Católica (AC) em que essa catequese foi feita e manteve-se. Mesmo as pessoas que não foram da AC foram abrangidas por essa sensibilidade. Os mais novos não têm essa formação explícita mas comungam dessas ideias. Um sentimento bonito porque vêem o bispo como um pai na fé e o condutor da comunidade. Uma mensagem quase indiscutível AE – Os seus diocesanos não têm medo da «dialéctica das palavras» do bispo? JG – Não. As pessoas aceitam a mensagem do bispo como uma mensagem quase indiscutível. É o seu ministério. Diz-nos as verdades profundas na perspectiva de Deus e não contestam. Mesmo as autoridades – quando tenho uma palavra que atinge os mecanismos sociais -, eles dizem que o bispo falou – está no seu ministério – por isso temos de o ouvir. Não nivelam o bispo como líder político, cuja opinião é discutível quando comparada com outros. O bispo tem de se colocar numa perspectiva de valores mais elevados e absolutos que inspiram todos os outros valores. AE – O ditado diz que «Para lá do Marão mandam os que lá estão» e a sua mensagem nesse território é fundamental? JG – Aceitam o meu ministério episcopal mas Trás-os-Montes abrange outras zonas. Esta frase indica também que o transmontano, naquilo que é da sua área e do seu pelouro, ele não cede. O bispo não se coloca na discussão dos direitos do povo nem nas suas reivindicações. Coloca-se numa perspectiva superior que implica o respeito pelos seus direitos, pelas suas exigências. AE – Apesar de situada para além dos montes, Vila Real tem uma história de extrema importância para o nosso país? JG – Vila Real tem uma história razoável no âmbito político-administrativo. Agora, com a Universidade ganhou uma dimensão cultural muito maior. Temos também um conjunto de homens ligados, sobretudo, às Forças Armadas onde se destaca Carvalho Araújo. Sem esquecer o Diogo Cão e Fernão Magalhães. AE – Para além das suas bodas de prata episcopais, o Seminário diocesano também celebra as suas bodas de diamante? JG – Celebrou os 75 anos da sua abertura e as comemorações prolongaram-se até Maio deste ano. Aposta no Diaconado Permanente AE – Estas comemorações foram propícias para analisar o panorama vocacional da diocese? JG – Temos um número razoável de vocações que, no panorama português, não é mau. Para nós é inferior ao nosso habitual. Neste momento temos 30 alunos (7º ao 12º ano). No sexénio temos 17 alunos (14 no seminário e 3 em estágio pastoral). Como estávamos habituados a um número maior, isto sabe-nos a pouco. AE – Com a redução vocacional, a aposta de futuro passa pelo Diaconado Permanente? JG – Temos três homens em formação para o Diaconado Permanente que serão ordenados no próximo ano. A diocese já tem um diácono permanente mas não queremos facilitar muito. Esta é a razão porque temos sido um pouco lentos nesta área. AE – Nestes momentos fazem-se avaliações mas projecta-se também o futuro. As grandes apostas eclesiais desta diocese? JG – Sinto cada vez mais a necessidade de prepararmos ministros capazes de celebrações dominicais na ausência de presbítero. Embora, os sacerdotes que temos sejam capazes de celebrar a Eucaristia em todas as paróquias (nas tardes de Sábados e Domingos), esta fase está a chegar ao fim devido ao envelhecimento do clero. A breve prazo precisaremos, certamente, que algumas paróquias intercalem a celebração da Eucaristia com uma celebração da palavra. Para que essas celebrações tenham dignidade, durante este ano pastoral teremos algumas sessões de formação para essas pessoas. Outra aposta passa pela intensificação da pastoral vocacional à vida consagrada e ao sacerdócio. Só assim responderemos à lentidão com que as famílias e os jovens começam a aderir. Com a diminuição de crianças, os pais têm menos apetência de as colocar no seminário. Com a multiplicação de escolas secundárias é-lhes fácil a promoção humana dos filhos que era sempre um elemento que entrava na decisão da escolha do seminário. A promoção cultural e a diminuição do número de filhos faz com que a entrada no seminário não seja uma opção de primeira mas uma reflexão de segunda, quando se coloca o problema da fé ou religioso. Neste ano pastoral pretendemos também que as comunidades rezem mais porque com a invasão dos meios de comunicação social e a Internet, as famílias já não têm a oração familiar que tinham. Ficam-se somente pelos actos oficiais: a missa e os sacramentos. Vamos ver se conseguimos que nas celebrações litúrgicas e, para além delas, haja alguns momentos de oração que aqueçam novamente o coração orante desta gente. A perda desse espaço de oração cria um certo frio no comportamento das pessoas e das comunidades. Uma nova Sé? AE – Não pensa também na construção de uma nova Sé? JG – Pensei mas agora já não penso tanto. Primeiro temos aqui uma igreja (da Senhora da Conceição), relativamente nova, que precisa de ser toda restaurada porque é uma construção muito pobre. Precisa de ser toda revista e melhorada. Até falei com alguns políticos sobre este assunto. Com a renovação dessa igreja é possível que tenhamos – na prática – o problema resolvido. Quando temos celebrações com grandes multidões não há nenhuma igreja que comporte e, estas, têm de ser ao ar livre. Esta igreja tem uma praça bonita à frente. Sonhei com uma Sé nova mas era para um espaço que, actualmente, não se pode ocupar. Com os problemas de saúde que tive não me sinto com forças para me lançar num projecto de uma Sé. Um bispo com sensibilidade cultural AE – Para além das inquietações pastorais, D. Joaquim Gonçalves também tem se «movimenta» no mundo cultural? JG – Tenho uma sensibilidade para a arte desde criança. Foi muito cultivada em casa e no seminário. Gosto do belo na pintura, escultura, literatura e na música. Aprecio o agradável à vista e ao ouvido. AE – Escritor preferido? JG – Não tenho um escritor preferido. Gosto de escritores com alguma profundidade, tipo Dostoievsky ou Mauriac. Dos nossos aprecio António Vieira, Antero de Quental e Camões. Mais próximos de nós: Vitorino Nemésio. AE – E Miguel Torga que é natural dessa zona? JG – Leio-o desde o sexto ano de seminário. Cada um na sua área, o José Régio e o Torga despertaram-me para o problema de Deus e de Jesus Cristo. O Torga tinha o problema de Deus e o José Régio questionava-se sobre a Divindade de Jesus Cristo. A literatura de Miguel Torga vive muito das palavras escolhidas e não dos advérbios e adjectivos. É uma escrita do espaço visual e auditivo. É muito belo. Sou um leitor pela beleza da sua escrita. Torga tem um bocado de Nietzsche porque parece que Deus é obstáculo à sua expansão. AE – Já percorreu os caminhos de Miguel Torga? Como S. Leonardo da Galafura? JG – Praticamente, já percorri todos os lugares que ele percorreu. A minha vida leva-me a Galafura, S. Martinho de Anta, Montalegre, Senhora da Azinheira, ao Gerês, a Chaves. AE – O Gerês é um local privilegiado da diocese e um sítio inspirador para a sua escrita? FG – A diocese só tem uma pequena parte do Gerês (zona de Pitões das Júnias). Para mim, o Gerês só é visto pelos olhos e não calcado pelos pés. Lá dentro, percorri-o quando estive em Braga e quando vou a Cabril. É uma montanha diferente do Marão porque é mais arborizada e mais rica de animais e água. AE – Em contacto com estes elementos liberta-se? JG – É preciso gostar e, sobretudo, percorrê-lo para se gostar. Tem elementos bonitos virados para o dramático, trágico e contrastante. As distâncias, as alturas e as sombras elevam-nos. Muito diferente do Minho que é uma quinta cheia de verdura e correntes de água. Em cada passo que percorremos, o Minho surpreende-nos com a réstia de luz e uma tonalidade cromática diferente da outra. AE – É uma sinfonia? JG – Sim mas uma composição musical com cromatismos e tons dissonantes. Parecida com a escala Wagneriana. AE – Pela descrição nota-se uma sensibilidade musical JG – Gosto da música densa, tipo sinfonia com alguma densidade. Em Braga educaram-me nesta área e também na minha aldeia onde existia uma bela banda de música. A minha sensibilidade vai mais para a música com harmonia e melodia. AG – Tem compositores preferidos? JG – Verdi e Rossini. Já não gosto tanto de Stravinzki. AG – Então ouve música nos trabalhos de gabinete? JG – Não porque distraio-me. Coloco a música para ouvir a música e apreciar aquelas ondulações que desenha e os sentimentos que ela prepara pouco a pouco até ao último salto. Estar a trabalhar com música e não estar a contemplá-la não me ajuda nada. Não consigo ter duas atenções em simultâneo. Sou muito direccional. AG – Quem o inspirou na composição da «Travessia»? JG – Proximamente, foi ter visto em algumas dioceses obras semelhantes, chamadas cantatas. Ouvi uma no Porto, na Festa de S. João de Deus, e também em Évora, na Festa da Senhora da Conceição. Em Braga, quando ouvia cantar algumas peças do Dr. Faria, “As Mondadeiras do Conde de Monsaraz” e, em Guimarães, a peça “A Prece” com letra de Vitorino Nemésio. Depois de as ouvir pensei que seria capaz de fazer algo semelhante para a diocese. Remotamente, vem de uma sensibilidade adquirida nos tempos do seminário e das declamações profundas de alguns textos poéticos. Recordo-me de Miguel Trigueiros, de Castro Gil e Amadeu Torres. De algumas récitas acompanhadas a piano. Isto fica como uma música no subconsciente que vai dinamizando a nossa vida. Depois, nas horas em que é preciso um sentimento grande e uma expressão afectiva, aparece com mais facilidade. Poesias privadas AE – Construiu a «Travessia» mas ainda guarda alguns inéditos? JG – Não tenho muitos. Fiz dois textos, um sobre a Senhora da Graça – já foi musicado e cantado em Roma – e outro sobre Santo António dos Portugueses que também já foi executado lá. E agora tenho a «Travessia» que é o maior de todos e com maior fôlego. E tenho também algumas poesias privadas sobre temas privados. AE – Quando é que esse privado se torna público? JG – Não sei se valerá pena. Um poema é sobre a saída do hospital quando fui operado. Outro é sobre a mãe quando ela faleceu. Tenho também um sobre os Carmelitas, no fim de um retiro que lhes fiz. Poemas entre o espiritual, cultural e o pastoral. Não é uma quantidade que mereça nome em qualquer antologia.

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