Bispo do Porto quer cidades mais viradas para a cidadania

D. Manuel Clemente fala em risco de diluição da «corresponsabilidade cívica»

D. Manuel Clemente considera que as cidades do futuro devem estar mais preocupadas com a construção da cidadania, evitando a diluição da “corresponsabilidade cívica”.

“A rede informática, o êxodo de fim-de-semana, a itinerância profissional e habitacional, entre mais factores, esbatem as vinculações tradicionais e ainda não configuram a cidade futura, podendo até diluir a corresponsabilidade cívica”, alertou.

O Bispo do Porto falava na Conferência de Verão do «Fórum Amarante XXI», subordinada ao tema “De como uma boa estratégia para a cidade contribui para uma nova cidadania”.

D. Manuel Clemente chamou a atenção para a “individualização reinante nas sensibilidades e possibilidades”, em que “tudo se altera e inova, nem sempre em termos de cidadania propriamente dita”.

“As grandes aglomerações pessoais tornam-se também mais fugazes, mudam sucessivamente de espaço e incidem no consumo ou na diversão”, constata.

Segundo o Bispo do Porto, a crescente “concentração megaurbana” não parece valorizar “nem o fórum central nem o ritmo cívico comum.”

Em relação ao futuro, o prelado fala em “cidades policêntricas, mais inter do que mono-urbanas, conectando o particular e o geral, também pelos media”.

“Daqui decorre a necessidade de facilitar a comunicação intra e interurbana, de valorizar encontros sectoriais e gerais de sociedade e cultura, de relacionar o ensino com a integração social”, aponta.

Em conclusão, D. Manuel Clemente referiu que “a cidade do futuro só pode ser fruto ou manifestação da cidadania reencontrada: também a que refaremos”.

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