Bispo do Funchal lembra comunidades no estrangeiro e migrantes

Um saudação especial e de estímulo foi endereçada ontem por D. António Carrilho na Missa solene que assinalou, na Sé, o Dia da Região e das Comunidades Madeirenses. O Bispo do Funchal lembrou ainda as comunidades migratórias na Europa, actualmente alvo de uma directiva comunitária contra os ilegais. E apelou ao contributo de todos na educação das novas gerações para se construir o melhor futuro. O Dia da Região “coloca diante de nós o presente sem ilusões e sem medos, com as suas esperanças e dúvidas”, mas também nos interpela quanto à construção de “um futuro cada vez mais digno de homens e mulheres livres que somos chamados a ser”, começou por afirmar o Bispo do Funchal na Missa que reuniu fiéis e entidades oficiais para a celebração do Dia da Região e das Comunidades Madeirenses. Na sua homilia, D. António Carrilho destacou a importância da celebração que convidava a uma reflexão sobre o passado e sobre o “hoje que somos”, em que cada um se deve “sentir chamado a dar o seu melhor em todos os campos, político, económico e cultural para a sociedade”, sem esquecer os que trabalham fora da “solo pátrio” como são os nossos emigrantes. Neste contexto, lembrou ainda as vicissitudes do nosso tempo, em que o “mundo valoriza muito, por vezes de modo exagerado, o conhecimento técnico e científico, e as estruturas laborais de países desenvolvidos tendem a deixar cada vez menos espaço e lugar para aqueles que mostram dificuldades em se adaptar às chamadas novas tecnologias”. Para o Bispo do Funchal, a “mentalidade economicista” que invade o mundo actual, com menosprezo pela “arte de viver”, está a causar também “sofrimento” aos que procuram melhores condições de vida, por exemplo, na Europa comunitária, os “imigrantes”. E citou a recente directiva do Parlamento europeu sobre a “deportação de ilegais”. O problema já foi denunciado pelo Fórum das Organizações Católicas para a imigração e D. António Carrilho espera agora que “o nosso país, na hora de transpor esta directiva para a sua legislação interna se recorde dos milhões que deixaram o solo pátrio em condições muitas vezes ilegais e clandestinas, e muito contribuíram para o desenvolvimento económico”, tanto da sua terra de origem, como dos países de acolhimento. Nesta matéria, considerou, há que olhar para estas pessoas com uma atitude “solidária e fraterna”. Ainda no caso dos nossos emigrantes, que viajaram com uma mala de “esperanças, ousadia e coragem”, o Bispo do Funchal disse que “não posso deixar de olhar para eles como símbolos das potencialidades da nossa identidade forjada ao longo dos séculos pelos valores da esperança cristã que alarga os horizontes e desperta as virtualidades para vencer os desafios e as crises do presente, de modo solidário e fraterno”. Para já não falar da sua importante contribuição na transmissão das tradições religiosas às novas gerações. Na celebração de ontem, o Bispo do Funchal deixou ainda um apelo aos pais e educadores, no que respeita às novas gerações. “Pensar o futuro neste Dia da Região Autónoma e das Comunidades Madeirenses é também perguntar pelo modo como estamos a preparar as novas gerações para assumirem as suas responsabilidades sociais, políticas, económicas, culturais e religiosas no dia de amanhã”, sublinhou. Um apelo dirigido aos pais em particular para que “não se dispensem do seu dever de proporcionar uma formação completa, integral”, feita especialmente de “ valores morais e éticos”, apontou. A celebração do Dia da Região e das Comunidades Madeirenses, na Sé, com Te Deum, foi participada por muitos fiéis, sacerdotes, seminaristas e entidades oficiais.

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