Bispo do Funchal defende mais apoios à natalidade

É preciso apoiar mais a família pela função “social fundamental” que ela desempenha. É necessário que as legislações reconheçam o seu papel educativo na sociedade para os valores e outros direitos a favor da vida, sob pena de se aumentar o “inverno demográfico”, defende o Bispo do Funchal que acaba de participar no VI Encontro Mundial das Famílias, no México. A situação foi objecto de “insistente reflexão” por parte dos milhares de participantes no Congresso teológico-pastoral das famílias (cerca de 10 mil, de 98 países) e denuncia uma realidade dos nossos dias: “Vivemos o inverno demográfico. Quer dizer que temos uma sociedade envelhecida, uma sociedade que não se renova porque não nascem crianças, e este problema não pode deixar de se pôr não só na reflexão mas nas actuações concretas das legislações dos países”, alerta D. António Carrilho. O Bispo do Funchal acaba de regressar do VI Encontro Mundial das Famílias que teve por tema: “A família formadora dos valores humanos e cristãos”. Ontem, em declarações aos jornalistas, disse que “a legislação familiar” foi dos assuntos mais abordados naquele evento com vários especialistas, dado se verificarem muitos incumprimentos dos governos nesta matéria. “A legislação deve traduzir o apoio às famílias, a tudo quanto possa ajudá-las”, no seio “de compromisso estável. Ajudá-las a viver o amor, porque este é fundamental não só como acolhimento da vida, como para a educação. Educar situa-se no mesmo caminho do gerar. Gerar a vida não só física, mas gerar a vida ajudando a crescer, a ser, dando qualidade à vida que nasce”, apontou. Outra “insistência do Congresso” centrou-se “na questão do matrimónio como célula fundamental”. Neste sentido, “apoiar as famílias e aqueles que se comprometem numa vida a dois, homem e mulher, numa união estável, crentes pelo sacramento do matrimónio”; ou que mesmo não tendo fé “assumem o compromisso de entreajuda pessoa ao serviço da vida. Isto é fundamental na nossa sociedade”, sublinhou D. António Carrilho. Quanto à forma de apoiar a família, o Bispo do Funchal explica que “as experiências dos países são diferentes umas das outras. Não vamos traduzir no concreto para aqui aquilo que são expressões bastante diferentes. É preciso é que em cada país se olhe a situação, se faça a análise sociológica da realidade, se tenha a coragem de enfrentar a realidade para dar o apoio que as famílias merecem. Precisamos de apoiar a nossa gente para responder àquilo que, tanto na questão demográfica como na questão educativa de uma sociedade para os valores, se torne uma exigência fundamental para o tempo de hoje”, considerou. Casamento gay” em análise Tema a merecer particular atenção naquele Encontro Mundial foi o “casamento civil entre pessoas do mesmo sexo”, na ordem do dia também em Portugal. O Bispo do Funchal não comenta para já as últimas notícias sobre o assunto que aparece como proposta eleitoral, mas adianta que no próximo sábado, em Fátima, esta questão deverá ser abordada no encontro nacional de responsáveis pela Pastoral Familiar. O mesmo devendo acontecer proximamente em reunião da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), disse ao Jornal da Madeira.

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