Bispo de Viana pede atenção redobrada às carências

Início da Semana Santa com os jovens O Bispo de Viana do Castelo pediu aos diocesanos, no início da Semana Santa, uma redobrada atenção para «as carências materiais dos que são privados do mínimo vital e para as carências morais do que são mutilados pelo egoísmo de muitos, pelas estruturas opressivas de poderes políticos ou económicos». Intervindo durante a celebração que marca o início da “Semana Maior”, depois de ter benzido os ramos na Igreja da Misericórdia e de ter feito a caminhada até à Sé Catedral, o Prelado recordou que os ramos e as aclamações a Jesus na sua entrada em Jerusalém «conferem-lhe um sentido de vitória sobre a morte pelo triunfo da Ressuscitado», enquanto o relato da Paixão, que nos fala do despojamento de Cristo, nos convida a fazer uma «peregrinação interior» até à «força renovadora do amor de Deus que perdoa e reconcilia». «O Domingo de Ramos – prosseguiu o Bispo Diocesano – é como que o apontar de todo o mistério pascal» que culmina na «dolorosa paixão e morte de cruz» levando a Igreja a viver o «mistério do sofrimento redentor». O relato de Marcos que ontem toda a Igreja escutou permite aos homens assistirem ao «ressurgir do novo Povo de Deus, agora aberto a todas as gentes, a todos os povos e nações da terra». E este quadro evangélico, fez notar D. José Pedreira, «mantém toda da actualidade no nosso tempo». Por isso, continuou, ao meditar na cena da paixão não podemos não nos sensibilizar com o contributo espontâneo que o Espirito Santo despertou na comunidade cristã primitiva: um leproso ofereceu estadia ao Mestre, os Apóstolos deixaram tudo para O seguir, tornando-se testemunhas por todo mundo, o dono da casa cede a sala para a Ceia, Pedro, apesar de todas as fragilidades, reafirma a fidelidade a Cristo, Simão de Sirene que ajuda a agentar o peso da cruz, José de Arimateia que se apressa a pedir o corpo para lhe dar sepultura, entre tantas outras atitudes e gestos. O Bispo de Viana do Castelo, aproveitou ainda a celebração para falar aos seus diocesanos da necessidade de uma maior formação bíblica e teológica, assim como um conhecimento mais aprofundado dos documentos mais recentes do magistério, porque, tal como no tempo de Cristo, «a Igreja carece da vossa participação e co-responsabilidade, orientada pelo espírito de serviço, nas vossas paróquias, ao nível diocesano e na Igreja universal». Exortando cada um a aceitar «a cruz de cada dia», D. José Pedreira pediu a cada um que se questione sobre o lugar que atribui ao «acontecimento de Jesus Cristo na história da humanidade» e na sua própria história. O mundo é a pátria dos jovens Dirigindo-se aos jovens, cuja a presença na Sé era bastante diminuta, D. José Pedreira assinalou que a Igreja lhe reconhece «dinamismos próprios» que influenciam a forma original de estar, em que todo o mundo parece se sua pátria, e cuja sensibilidade è marcada pela modernidade, beneficiando da «circulação livre da informação», prezando o pluralismo de opiniões e abertura à «personalização, à solidariedade e à globalização». Mas também, negativamente, «sois atraídos pelo individualismo», por uma «concepção subjectiva da verdade e a liberdade», por uma «sede de emoções fortes», pela «desorientação sexual» e, apesar de generosos», «tendes dificuldade em assumir compromissos permanentes e por toda a vida». Evocando a mensagem do Papa Bento XVI para este Dia Mundial da Juventude, o Bispo de Viana exortou os jovens a amar a Palavra de Deus e a Igreja. «A Palavra de Deus, a Igreja e a Eucaristia indicam-vos o caminho da verdadeira felicidade», disse o Prelado, contratando com a mensagem que o mundo oferece que torna os jovens, frequentemente, «reféns de correntes ideológicas». Fazendo eco de palavra do Santo Padre proclamou a necessidade urgente de «libertar a liberdade» e para isso, recomendou meditação frequente da Palavra de Deus. A Bíblia, «se atentamente lida ou escutada serenamente meditada e frequentemente rezada», trona-se caminho de «uma vida de coerente adesão a Cristo». Isto quer dizer, explicou, «que sois chamados a pôr em prática a Palavra e não apenas a ouvi-la» e não tenhais medo se ela «vos faz descobirir que o Senhor vos chama a segui-Lo no estado de vida consagrada ou na vida sacerdotal». Também os jovens, disse o Prelado recordando algumas das propostas Sinodais, necessitam de uma fé esclarecida. O próprio Sínodo apontou caminhos em ordem a ajudar os jovens na procura «dos valores autênticos» que sirvam de referência, insistindo na «via do testemunho».

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