Bispo de Viana destaca papel dos Leigos

Encerramento da Semana da Diocese Os «fiéis leigos vêm assumindo um lugar cada vez de maior relevo» na diocese de Viana do Castelo, reconheceu ontem D. José Augusto Pedreira durante a celebração eucarística de encerramento da Semana da Diocese. Ocasião para «uma tomada de consciência da Igreja que somos, de há 28 anos a esta parte», disse o Bispo de Viana, segundo o qual a justeza deste reconhecimento é demonstrada pelo «número crescente e a qualidade dos fiéis leigos» comprometidos nas paróquias, na «variedade e corresponsabilidade dos serviços e ministérios» que exercem, com zelo e competência. Mostra-o igualmente «o número dos leigos que acolheram o apelo de Deus a partir para zonas ou países de missão», contribuindo com a sua palavra e exemplo de vida na primeira evangelização desses povos e «alguns e algumas saídos desta Igreja diocesana ». Por fim, mostra-o – explicou D. José Pedreira – o «contributo extraordinário » que os fiéis leigos deram no decorrer do Sínodo Diocesano, especialmente nas assembleias sinodais, «demonstrando uma visão esclarecida e alargada da Igreja como povo de Deus», participando activamente na elaboração das “proposições” finais. Partindo do ensinamento pedagógico da parábola das dez virgens, cinco prudentes e cinco insensatas, o Bispo de Viana chamou ontem a atenção para «o caminho seguro para entrar no reino dos Céus», salientando que «é necessária a prática da vigilância» para não se perder o rumo da vida pessoal e eclesial. As virgens insensatas, referiu, são a «figura» daqueles que julgam que, «para a santidade cristã», basta «receber o Baptismo», mesmo que «tenham abandonado a graça recebida», «andado na catequese», mesmo que de nada se recordem, e tenham o costume de «ir a algumas celebrações litúrgicas» apenas quando lhes «apetece». O destino eterno dos que viveram antes de nós e já faleceram preocupou sempre o homem ao longo da história. Contudo, advertiu o Bispo de Viana, «em nada adianta» a intranquilidade, a tristeza, a falta de esperança, a corrida aos adivinhos, às bruxas, à consulta dos astros. «Então não sabemos nós que todos os que morrem com Cristo e em Cristo ressuscitarão com Ele. O mesmo acontecerá àqueles que nos precederam na fé», disse. No início da Semana dos Seminários, D. José Pedreira considera que é «sabedoria de Deus» reconhecer a «necessidade dos Seminários», ou outras comunidades semelhantes onde os jovens que se sentem chamados por Deus possam receber a devida educação e formação em ordem ao exercício deste ministério ordenado. Esperando que o Seminário e os seus formadores sejam «estimados, acarinhados, apoiados e estimulados » pela própria Diocese e por todos os fiéis, o Bispo de Viana do Castelo pediu ao Senhor que «conceda o dom de bons Seminários, onde se formem padres cultos, humildes, generosos e, sobretudo, santos, como convém à santa Igreja da Deus e aos anseios e aspirações» dos fiéis. Proposições do Sínodo entregues ao Bispo A missa de encerramento da Semana da Diocese, comemorativa dos 28 anos da criação da diocese de Viana do Castelo, ficou marcada pela entrega ao Bispo de Viana das “propostas” do primeiro Sínodo vianense. Solene e simbolicamente, o padre José Correia Vilar, coordenador do Sínodo desde a primeira até à última hora, entregou um volume com as propostas discutidas e votadas nas Assembleias do Sínodo Diocesano. A partir de um inquérito lançado à diocese emergiram as três temáticas reflectidas neste primeiro Sínodo Diocesano: “A formação em Igreja hoje”, “As celebrações litúrgicas para os cristãos de hoje” e “Comunhão e participação na vida da Igreja”. D. José Pedreira vai agora debruçar-se sobre o conjunto das “propostas” apresentadas, em ordem à sua aprovação. Mais tarde vão ser levadas ao Arcebispo Metropolita e para que delas seja dado conhecimento à Santa Sé. Este processo e caminhada sinodal tem o seu encerramento oficial marcado para a celebração do dia 8 de Dezembro. Escola de Teologia de Viana tem novo director O padre José Correia Vilar tomou ontem posse como novo director da Escola Superior de Teologia e Ciências Humanas do Instituto Católico de Viana do Castelo, numa cerimónia que, além da passagem de testemunho, marcou a abertura solene das aulas. José Correia Vilar, que substitui no cargo o padre Alfredo Domingues, assumiu que sob a sua condução a Escola vai ter um programa de continuidade, porque não pretende «fazer tábua rasa do passado», sem contudo renunciar «à inovação ». Contando actualmente com 33 alunos inscritos, no centro de Viana do Castelo, para o Curso Teológico Pastoral, e 39 em Ponte de Lima, para o mesmo curso, José Vilar disse já ter iniciado o diálogo para a Escola ministrar este ano um curso de acólitos e leitores no concelho de Monção, projecto já herdado da anterior direcção e a levar por diante em cooperação com o Secretariado Diocesano de Liturgia. Os “Serões de Arte e Cultura” retornam à programação da Escola estando previsto para este ano um conjunto de encontros destinados a reflectir sobre a ligação da arquitectura com a Eucaristia. Entre outras iniciativas, um destaque especial na programação continua a ter a Semana de Estudos Teológicos. Nesta tarefa de coordenar e dirigir este instrumento de intervenção cristã no mundo da cultura, o novo director da Escola de Teologia será coadjuvado pelo diácono Pablo Lima. O Bispo de Viana do Castelo, que presidiu à cerimónia, expressou a vontade de que a Escola possa retomar «serviços complementares à comunidade» oferecendo à cultura hodierna uma visão cristã que responda aos seus anseios. D. José Augusto Pedreira, ao traçar como objectivo que mais paróquias reconheçam o valor desta Escola, deixou transparecer o desalento de tantas comunidades que ainda não perceberam que é sua missão apostar na formação e qualificação dos seus leigos. O valor da Escola, disse o prelado, mede-se pelos seus «efeitos» e estes já se fazem sentir em muitos sectores da vida diocesana. Em particular, disse, no conjunto de leigos «verdadeiramente excepcionais» que foram convocados para participar nas Assembleias Sinodais. Nesta abertura solene das aulas, nove alunos que completaram o curso teológico- pastoral receberam, das mãos do Bispo de Viana, os respectivos diplomas. A “Lectio Sapientiae”, como é de tradição nestas praxes académicas, esteve a cargo de João Manuel Duque, professor da Faculdade de Teologia de Braga da Universidade Católica Portuguesa, que abordou a “Eucaristia, fonte de vida e missão”.

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