Bispo de Setúbal condena «fuga de Deus»

D. Gilberto Reis diz que a crise nasceu do egoísmo e desafia a compreender o Cristo Rei como mensagem de paz e amor O Bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro Reis, presidiu este Domingo a uma Missa por ocasião das Bodas de Ouro do monumento a Cristo Rei, em Almada, defendendo que a crise nasceu do egoísmo e da “fuga de Deus”. “Do alto do Monumento, Cristo revela o mistério do Seu amor a cada homem, oferece-se para o acompanhar na busca de felicidade e na organização da cidade, convida-o a deixar-se envolver pelo amor de Deus e previne-o contra a tentação de procurar a vida fora de Deus ou de criar falsos deuses: não será da fuga de Deus que nascem as crises?”, questionou, na sua homilia. “A crise que sofremos não tem muito a ver com o egoísmo que nos impede de descobrir o outro como graça de salvação?”, perguntou ainda. Perante a imagem de Nossa Senhora de Fátima vinda da Capelinha das Aparições, que permaneceu na igreja paroquial de Almada, durante esta noite e na celebração desta manhã, o Bispo de Setúbal assegurou que “Almada e a Diocese de Setúbal estão em festa. As igrejas de Portugal estão em festa. Portugal está em festa”. D. Gilberto Reis deixou várias questões sobre a “actualidade do Santuário”, perguntando: “Que pode Jesus Cristo, representado na grandiosa imagem que encima o Monumento, dar a este mundo que, na busca legítima do progresso, da felicidade e de paz, tantas vezes desanima, entra em crise e cai no caos”? O prelado desafiou os católicos a “acolher e a permanecer no amor de Jesus e a oferecê-lo de forma credível, como dom essencial, a cada homem e à cidade”. “O amor do próximo é essencial à realização do homem e ao progresso harmónico da sociedade”, assegurou. Esse amor, prosseguiu, tem de ir “até ao fim no propósito de querer bem, de perdoar, de ajudar, de reinventar a comunhão e a solidariedade; um amor que se esquece de si para ajudar, que dá o primeiro passo, que sonha novas formas de organização”. “A festa dos cinquenta anos do Cristo Rei desafia-nos, por isso, a cultivar o amor do próximo e a ensiná-lo aos outros, começando pelas crianças e jovens, como algo essencial a uma vida sadia e a um novo padrão de vida”, apontou D. Gilberto Reis. Como “testemunhas” de Cristo, disse o Bispo de Setúbal, os cristãos devem aproximar-se das “pessoas magoadas e injuriadas pela solidão, doença, fome de sentido, desemprego ou outra pobreza qualquer – e há tanta gente neste estado! – para lhes darem esperança verdadeira”. Vamos, os peregrinos de Cristo Rei, ser estas testemunhas? Vamos trabalhar com novo entusiasmo para que o Santuário seja, mais e mais, lugar de encontro dom Deus, com os outros, consigo mesmo e com a natureza? “Senhora de Fátima, Mãe de Jesus e mãe nossa, ensina-nos a guardar no coração as palavras de Jesus e a comungar o Seu Corpo em cada Domingo com tanto fervor que peçamos nele e, assim, sejamos testemunhas vivas de Cristo Rei e da capacidade transformadora do Seu amor, diante dos homens de hoje como o desejaram os construtores do Santuário”, concluiu. No final da celebração, o actual Reitor do Santuário do Cristo Rei, Pe. Sezinando Alberto, lembrou todos os que contribuíram para erguer este monumento, em especial pelo Pe. Sebastião Pires, jesuítas, que durante 22 anos percorreu o país para recolher fundos. O responsável deixou ainda uma palavra de gratidão aos que estiveram envolvidos na celebração deste cinquentenário.

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