Bispo de Santarém critica Cristianismo sem convicções

D. Manuel Pelino alerta para a falta de uma cultura cristã nas pessoas que se aproximam da Igreja O Bispo de Santarém considera que a participação de muitos dos fiéis nos Sacramentos da Igreja se deve a “razões de natureza sociológica, antropológica ou de hábitos tradicionais”. “A forma de pensar e de agir das pessoas em geral não reflecte hoje uma cultura cristã. Pedem ritos sacramentais mas não estão iniciadas na fé cristã”, aponta. No lançamento do novo ano pastoral, D. Manuel Pelino admite que, em 2006/2007, “não alcançámos todos os objectivos que nos tínhamos proposto”. Esse ano fora dedicado aos sacramentos da cura (Reconciliação e Unção dos Doentes). “Esta conclusão leva-nos a não iniciar já o novo tema da comunidade, previsto para o próximo triénio, mas a aprofundar a relação da fé com os sacramentos e a consolidar algumas propostas que fizemos nos últimos anos”, assinala. O prelado espera que, no próximo ano pastoral, a Diocese seja capaz de “aprofundar a actualidade do Evangelho face aos desafios sempre novos da nossa época”. “Numa cultura resistente aos valores cristãos, é necessário viver a fé no interior do coração, com convicções próprias e com uma experiência pessoal, ou seja, numa relação de amizade, confiança e obediência ao Senhor”, alerta. Na Carta Pastoral que escreve nesta ocasião, D. Manuel Pelino propõe “um plano de acção que dê unidade e novidade às actividades da Igreja nas várias paróquias e nos organismos diocesanos”. Santarém segue, de o ano 2000, o itinerário dos discípulos de Emaús, como ícone inspirador do programa pastoral, em torno das Escrituras e dos Sacramentos. “A problemática de fundo destes seis anos, ou seja, a relação entre a fé, que se apoia na Palavra de Deus, e os sacramentos, enquanto celebrações do encontro com o Senhor Ressuscitado, encontra-se ainda pouco fortalecida na vida cristã”, lamenta o Bispo local. Numa cultura de tradição cristã, lembra D. Manuel Pelino, “bastava ensinar e explicar a doutrina católica. Hoje é necessário introduzir os homens e as mulheres do nosso tempo no mistério da vida cristã que é comunhão com Cristo, fonte de esperança e de amor”. “A transmissão da fé passa pelo testemunho pessoal e comunitário dos crentes, fundamentada numa experiência vivida, como aconteceu com os primeiros discípulos de Jesus”, indica. Para compreender melhor o que é “um percurso de fé e de conversão”, D. Manuel Pelino decidiu evocar a conversão de São Francisco de Assis, frisando que o primeiro Bispo da Diocese, D. António Francisco, era franciscano e foi ordenado na Igreja de Santa Clara, irmã espiritual do Santo de Assis. Dois templos franciscanos (São Francisco e Santa Clara) são dos mais antigos de Santarém.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top