Bento XVI: Silêncio e comoção marcam últimas horas da despedida dos peregrinos, na Basílica de São Pedro (c/fotos)

200 mil pessoas passaram junto ao corpo do Papa emérito, desde segunda-feira

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 04 jan 2023 (Ecclesia) – Cerca de 200 mil pessoas passaram pela Basílica de São Pedro, nos últimos três dias, para homenagear o Papa emérito Bento XVI, num clima de comoção e silêncio.

Segundo dados divulgados pelo Vaticano, mais de 60 mil peregrinos e visitantes estiveram até às 19h00 locais no terceiro dia do velório de Bento XVI, falecido aos 95 anos de idade, no dia 31 de dezembro de 2022 – somando-se às mais de 135 mil que marcaram presença na Basílica entre segunda e terça-feira.

Já esta noite, depois do encerramento da porta da Basílica de São Pedro aos fiéis e visitantes que se despediram do Papa emérito, o caixão, em madeira de cedro, foi fechado num rito privado.

Foto Vatican Media

Os peregrinos e turistas encontraram, esta quarta-feira, um dispositivo de segurança mais apertado, face à presença de mais de mil agentes da autoridade, no espaço que circunda o Vaticano, levando a maior demora nas filas.

Dentro da Basílica, após mais de uma hora de espera, os peregrinos passavam pouco mais de 5 segundos diante do corpo de Bento XVI, num fluxo constante, em que se ouviam pedidos de “silêncio” perante qualquer sinal de perturbação.

Os responsáveis do Vaticano repetiram ainda apelos para que ninguém parasse, neste circuito, apesar dos esforços de vários dos visitantes para conseguir o melhor enquadramento para as fotografias, no telemóvel.

Uma mulher alemã entrou na Basílica levando um cartaz em que se lia “Bento XVI. Santo Já” (Benedikt XI. Santo Subito) e uma criança italiana, acompanhada pela sua mãe, deixou junto ao corpo do Papa emérito uma carta, escrita à mão, para lhe prestar homenagem.

O portal de notícias do Vaticano aponta para a presença de 100 mil pessoas no funeral de Bento XVI, que vai ser presidido pelo Papa Francisco, na Praça de São Pedro, a partir das 09h30 locais (menos uma em Lisboa).

Para aceder ao Vaticano, definido como segurança máxima, será necessário passar por postos de controlo e detetores de metais, estando prevista a presença de helicópteros, franco-atiradores, departamentos de forças especiais, bombeiros e polícia italiana.

No local são já visíveis os preparativos para a cerimónia, com a presença prevista 125 cardeais e 400 bispos, incluindo vários representantes portugueses, bem como cerca de 4 mil sacerdotes.

Além das delegações oficiais da Alemanha e da Itália, são esperados várias personalidades políticas, que participam a título pessoal, como os reis da Bélgica ou os presidentes da Hungria e da Polónia, além de Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República Portuguesa.

Apesar do caráter inédito da celebração do funeral de um Papa emérito, o Vaticano recordou hoje que o funeral de Bento XVI na Praça de São Pedro tem como precedente mais recente o que aconteceu com Pio VI, morto em 1799, como prisioneiro de Napoleão em Valence (França).

Pio VII, eleito em 14 de março de 1800, determinou o regresso dos restos mortais do seu predecessor a Roma e, a 17 de fevereiro de 1802, aconteceu “a magnífica entrada triunfal em Roma”, com a solene cerimónia fúnebre celebrada na Basílica de São Pedro.

OC

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