Bento XVI quer diálogo com religiões e sociedade civil

Primeiras palavras na Polónia para as vítimas do Nazismo Bento XVI assumiu que a sua viagem apostólica à Polónia quer ser um momento de diálogo com a Igreja, os cristãos e fiéis de outras religiões, bem como com a sociedade civil. Na cerimónia de boas-vindas, no aeroporto de Varsóvia, o Papa dirigiu-se à Igreja Ortodoxa, Evangélica e às outras comunidades eclesiais, para além da comunidade hebraica e do Islão. O seu primeiro pensamento foi para as vítimas do nazismo: “Irei a Auschwitz e ali espero encontrar, sobretudo, os sobreviventes do terror nazi, provenientes de várias nações, que sofreram a trágica opressão”. “Rezaremos todos juntos, para que as pragas do século passado se curem com a medicação do bom Deus, que nos chama ao perdão recíproco e nos oferece o mistério da sua misericórdia”, disse. O Papa leu algumas passagens do seu discurso, em polaco, mas deixou que uma parte do mesmo fosse lido por um padre da Secretaria de Estado do Vaticano. “Estou feliz por poder estar aqui hoje, entre vós, na terra da República Polaca”, assegurou. “Desejei muito esta visita ao país e à gente donde vinha o meu amado predecessor, o servo de Deus João Paulo II. Vim para seguir as pegadas do seu longo itinerário da sua vida”, apontou. As paragens escolhidas por Bento XVI são significativas pela forte referência à vida e ao pontificado de João Paulo II: Varsóvia; os Santuários de Czestochowa, Kalwaria e da Divina Misericórdia; a cidade de Cracóvia; o campo de concentração de Auschwitz; Wadowice, terra natal de Woytila. País com uma grande maioria católica (mais de 90 por cento da população), a Polónia vive um forte processo de secularização e Bento XVI quer aproveitar a visita para abordar a questão das raízes cristãs da cultura europeia. Logo no seu primeiro discurso, o Papa lembrou os valores “eternos” como os do Cristianismo, que constituem “um fundamento sólido para criar um mundo melhor, no qual cada um possa encontrar a prosperidade material e a felicidade espiritual”. O presidente da Polónia, Lech Kaczyński, também aludiu, no seu discurso de boas-vindas, à importância do património católico no seu país. Esta viagem de Bento XVI é apresentada pela Santa Sé como “a primeira verdadeira viagem do novo Papa ao estrangeiro”, dado que a viagem de Agosto de 2005, às JMJ de colónia, tinha sido programada por João Paulo II. “Esta peregrinação é motivada, antes de mais, pela memória e a gratidão, mas quer ser, ao mesmo tempo, ocasião para reforçar os fiéis na fé, perante os novos desafios que são colocados à Igreja e ao povo da Polónia”, refere a nota da Santa Sé que apresenta a viagem.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top