Bento XVI propõe São Paulo como guia espiritual na Quaresma

Bento XVI presidiu esta Quarta-feira à celebração das Cinzas, que marca o início da Quaresma, apresentando uma reflexão sobre a figura de São Paulo, guia espiritual para este tempo de preparação rumo à Páscoa. Partindo de uma passagem da II Carta aos Coríntios, “Suplicamo-vos em nome de Cristo: deixai-vos reconciliar com Deus”, o Papa observou que este convite “soa como mais um estímulo a tomar a sério o apelo quaresmal à conversão. Paulo experimentou de maneira extraordinária o poder da graça de Deus, a graça do mistério pascal, de que vive a Quaresma”. Bento XVI assinalou o início da Quaresma, neste dia 25, com uma procissão penitencial pelas ruas de Roma. Após um momento de oração na Igreja de Santo Anselmo, o Papa seguiu para a Basílica de Santa Sabina, onde teve lugar a celebração da Eucaristia com o rito de imposição das Cinzas. O Papa lembrou, em pleno ano Paulino, que “o Apóstolo está consciente de ter sido escolhido como exemplo e esta exemplaridade diz precisamente respeito à sua conversão, à transformação da sua vida graças ao amor misericordioso de Deus”. Por outro lado, “São Paulo reconhece que nele tudo é obra da graça de Deus, mas não esquece a necessidade de aderir livremente ao dom da vida nova recebida no Baptismo”. Na sua homilia, Bento XVI recordou os três “meios” que a Igreja mais sublinha para uma melhor vivência da Quaresma: a oração, a esmola e o jejum. No caso da oração, disse, Paulo exorta a “perseverar”, a “rezar ininterruptamente”. Quanto à esmola, são importantes as páginas dedicadas à grande colecta a favor dos irmãos pobres e a sua indicação de que é a caridade o cume da vida do crente, o “vínculo da perfeição”. Quanto ao jejum, embora dele não fale expressamente, é de notar que Paulo exorta muitas vezes à sobriedade, como característica de quem está chamado a viver vigilante, aguardando o Senhor que vem. A concluir, Bento XVI recordou ainda que, “para viver esta nova existência em Deus, é indispensável nutrir-se da Palavra de Deus”. “Também nisto, o Apóstolo é antes de mais uma testemunha: as suas Cartas são a prova eloquente de que ele vivia da Palavra de Deus – pensamento, acção, oração, teologia, pregação, exortação, tudo nele era fruto da Palavra, recebida desde a juventude na fé judaica e plenamente revelada aos seus olhos pelo encontro com Cristo morto e ressuscitado, pregada no resto da vida na sua ‘corrida’ missionária”, concluiu. (Com Rádio Vaticano)

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