Bento XVI intuiu as ansiedades da Igreja Portuguesa

Palavras do Presidente da CEP depois do discurso do Papa aos bispos portugueses. A Igreja Portuguesa pode, “com muita facilidade, cair no erro de encontrar somente respostas de índole sociológica e não verdadeiramente cristãs” – disse à Agência ECCLESIA o presidente da Conferência Episcopal Portugal (CEP), D. Jorge Ortiga, depois do encontro dos bispos portugueses com Bento XVI. Para o arcebispo de Braga, o núcleo central do discurso do Papa está na orientação “de redescobrirmos a centralidade com Cristo”. E acrescenta: “A Igreja não se deve perder em muitas actividades e iniciativa antes ter a certeza do encontro Cristo”. Perante a afirmação de Bento XVI – «É preciso mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II» -, o Presidente da CEP afirma que “é fundamental requalificar o trabalho dos padres e dos leigos”. “Estamos a procurar cumprir o II Concílio do Vaticano e temos consciência que ainda não o realizámos” – acentua. Tanto o discurso do Papa aos bispos portugueses como a prelecção de D. Jorge Ortiga a Bento XVI sublinhavam o «Ano Paulino» que se aproxima. “O Evangelho é a Boa Nova para os tempos que passam” porque, “muitas vezes, as nossas reflexões não são a verdadeira expressão do Evangelho” – disse o Arcebispo de Braga. Com uma maioria católica, Portugal tem que “intensificar a vivência da fé” que, por si mesma, é missionária. “Evangelizar cá dentro e partir para fora” é uma tarefa dos cristãos portugueses. Ao fazer o balanço da visita «Ad Limina» que os bispos portugueses estão a realizar (termina dia 12 de Novembro), o presidente da Conferência Episcopal Portugal realça que “vimos com outro animo para trabalhar”. Este encontro é “um momento de paragem para os bispos”. Depois do «trabalho de casa» – elaboração dos relatórios – “tivemos oportunidade de reflectirmos” e trocar impressões com as diversas congregações da Cúria Romana e também com Bento XVI. “O Papa intuiu as nossas carências, ansiedades e insatisfações” – disse o arcebispo de Braga. A questão da Concordata entre Portugal e a Santa Sé também foi objecto de diálogo com Bento XVI. “Não viemos fazer queixa sobre este assunto”, mas assegurar “que estamos disponíveis para continuar a colocar em prática o que está assinado no documento” – realçou o Presidente da CEP. A Igreja Portuguesa espera “ansiosamente” pela regulamentação de alguns pontos da Concordata, mas compreende que o “Governo esteja, actualmente, muito empenhado na Presidência da União Europeia”. No discurso de Bento XVI aos bispos ressalta a importância de «verificardes a eficácia dos percursos de iniciação actuais». Perante esta afirmação, D. Jorge Ortiga sublinha que os bispos portugueses “já reflectiram sobre o assunto” e “iremos continuar a abordá-lo”. “A catequese é dada num contexto difícil e os jovens são confrontados permanentemente com outros apelos” – finalizou. Notícias relacionadas • Discurso de Bento XVI aos bispos portugueses • Discurso do Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa a Bento XVI

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