Bento XVI e Bartolomeu I assinam declaração comum

O Papa Bento XVI e o Patriarca Bartolomeu I assinaram esta manhã uma declaração comum, na qual assumem o objectivo de restabelecer a “plena comunhão” entre católicos e ortodoxos, manifestando também o seu apoio “incondicional” ao diálogo teológico, retomado recentemente. A declaração recorda os últimos encontros entre líderes da Igreja Católica e da Igreja Ortodoxa, bem como o histórico levantamento das excomunhões mútuas, em 1965. Apesar disso, não vai muito mais longe quanto a possibilidades futuras de aproximação, deixando nas mãos da Comissão Mista Internacional Teológica – que regressou aos trabalhos no passado mês de Setembro, em Belgrado – a missão de aprofundar as questões levantadas pelo debate em volta do tema “Conciliariedade e Autoridade na Igreja” a nível local, regional e universal. O documento, que não é o primeiro do género nos últimos anos, pede um testemunho comum mais incisivo perante o processo de secularização e a defesa das raízes cristãs do Velho Continente. Em relação ao processo de construção europeia e de alargamento da UE, os dois líderes cristãos pedem que sejam levados em linha de conta “todos os aspectos que dizem respeito à pessoa humana e aos seus direitos inalienáveis, sobretudo a liberdade religiosa, testemunho e garante do respeito por todos as outras liberdades”. No que se pode ler como uma referência ao processo da Turquia, a declaração refere que “em qualquer iniciativa de unificação, as minorias devem ser protegidas, com as suas tradições culturais e especificidades religiosas”. O Papa e o Patriarca Ecuménico manifestam-se preocupados com as realidades de sofrimento, provocadas pela pobreza, a guerra e o terrorismo, desafiando os fiéis das duas Igrejas a “empreenderem acções conjuntas em favor do respeito pelos direitos do homem, de cada ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, bem como pelo desenvolvimento económico, social e cultural”. Ambos condenam “a morte de inocentes em nome de Deus”, numa referência directa a vários actos terroristas, e apelam à defesa da vida humana, “de toda a vida humana”. A declaração aponta como compromisso comum a defesa do Meio Ambiente (uma preocupação particular de Bartolomeu I, que já lhe valeu o título de “Patriarca Verde”) e apela à paz no Médio Oriente, através de “relações mais estreitas entre cristãos e um diálogo inter-religioso autêntico e leal, para combater qualquer forma de violência e discriminação”. A declaração conclui-se com uma saudação aos outros cristãos, assegurando-lhes a disponibilidade desta “plataforma comum” católico-ortodoxa para “o diálogo e a colaboração”. Notícias relacionadas • Declaração Conjunta (Francês)

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