Bento XVI diz que o ateísmo pode esconder desejo do divino

Papa faz reflexão sobre a parábola do filho pródigo e convida a olhar Deus como um pai

Bento XVI convidou a olhar Deus como um pai, apresentando no Vaticano uma reflexão sobre a parábola do filho pródigo, do Evangelho de São Lucas e afirmando que o ateísmo pode esconder o desejo do divino.

Nas palavras proferidas antes da recitação do Angelus, com milhares de pessoas congregadas reunidas na Praça de São Pedro, o Papa disse que o conhecido texto evangélico tem o poder de nos falar de Deus.

“Depois de Jesus nos ter falado do Pai misericordioso, as coisas já não são como dantes, agora conhecemos Deus: Ele é o nosso Pai que por amor nos criou livres e dotados de consciência que sofre se nos perdemos e que faz festa se voltamos”, indicou.

Segundo Bento XVI, não raras vezes o ateísmo esconde “a exigência de descobrir a verdadeira face de Deus”.

Neste contexto, o Papa alertou que “esta fase é delicada, pode levar ao ateísmo , mas também esta situação, não raras vezes, esconde a exigência de descobrir o verdadeiro rosto de Deus”.

“Por sorte, Deus nunca falta à sua fidelidade e mesmo que nos afastemos e percamos, continua a seguir-nos com o seu amor, perdoando os nosso erros e falando interiormente à nossa consciência para nos chamar a si”, sublinhou.

Bento XVI explicava que a relação com Deus se constrói à imagem do que acontece entre um filho e o seu pai: “no início depende deles; depois reivindica a própria autonomia; e finalmente, se se verifica um desenvolvimento positivo, chega a uma relação madura, baseada no reconhecimento e no amor autentico.

“Nestas etapas – salientou – podemos ler também momentos do caminho do homem na relação com Deus. Pode haver uma fase que é como a infância, uma religião movida pela necessidade, pela dependência”.

Pouco a pouco, acrescentou, “o homem cresce e emancipa-se, quer libertar-se desta submissão e tornar livre, adulto, capaz de regular-se sozinho e de efectuar as próprias opções de maneira autónoma, pensando também poder prescindir de Deus”.

Prosseguindo o seu comentário sobre o trecho evangélico, o Papa sublinhou que tanto a hipocrisia como a rebelião são uma maneira errada de relacionar-se com Deus.

“Os dois filhos – explicou – comportam-se de maneira oposta: o mais novo vai-se embora e cai cada vez mais, enquanto que o o mais velho permanece em casa, mas também ele mantém uma relação não madura com o Pai; de facto quando o irmão regressa casa, o mais velho não fica feliz, como o Pai, ao contrário zanga-se e não quer entrar em casa”.

Para Bento XVI, “somente experimentando o perdão, reconhecendo-nos amados com um amor gratuito, maior do que a nossa miséria mas também do que a nossa justiça, entramos finalmente numa relação verdadeiramente filial e livre com Deus”.

(Com Rádio Vaticano)

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