Funeral «solene, mas sóbrio», vai ser presidido pelo Papa Francisco
Cidade do Vaticano, 31 dez 2022 (Ecclesia) – As cerimónias fúnebres do Papa emérito Bento XVI foram marcadas para o dia 5 de janeiro, às 09h30 (locais), sob a presidência do Papa Francisco, anunciou hoje a sala de imprensa do Vaticano.
“Dia 5 de janeiro, às 9h30 vai acontecer o funeral na Praça de São Pedro, presidido pelo papa Francisco”, anunciou Matteo Bruni diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.
Bento XVI faleceu hoje aos 95 anos de idade e o corpo do Papa emérito vai estar na basílica de São Pedro, para um “encontro e uma saudação com todos os fiéis que desejam fazê-lo”, a partir desta segunda-feira de manhã.
Matteo Bruni informou que o Papa emérito recebeu o sacramento da unção dos doentes na quarta-feira à tarde, no final da Missa, no quarto onde se encontrava no Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano.
“De acordo com o desejo do Papa Emérito, o funeral será realizado com a marca da simplicidade”, acrescentou, falando numa cerimónia “solene, mas sóbria”.
Em nota enviada aos jornalistas, esta tarde, a Santa Sé adianta que os restos mortais do Papa Emérito Bento XVI vão permanecer no Mosteiro ‘Mater Ecclesiae’ até à madrugada de segunda-feira, sem “visitas oficiais ou orações públicas”.
No mesmo dia, a partir das 09h00 (menos uma em Lisboa), o corpo fica em câmara ardente dos fiéis na Basílica de São Pedro, até às 19h00, bem como na terça e quarta-feira das 07h00 às 19h00 locais.
O funeral presidido pelo Papa Francisco será celebrado na Praça de São Pedro na quinta-feira, às 09h30, com participação aberta a todos os que quiserem marcar presença).
Quanto às delegações oficiais presentes, o Vaticano adianta que “serão as da Alemanha e da Itália”.
No final da celebração eucarística, decorrem a ‘Ultima Commendatio’ e a ‘Valedictio’, sendo o caixão do Sumo Pontífice Emérito levado para Basílica de São Pedro e depois às Grutas do Vaticano, para o sepultamento.
As disposições canónicas e litúrgicas para as exéquias de um Papa foram determinadas por São João Paulo II, na Constituição Apostólica ‘Universi Dominici Gregis’ (1996).
O documento não prevê, contudo, uma situação como a do Papa emérito Bento XVI, que morreu hoje, com o seu sucessor ainda vivo; a última renúncia a um pontificado tinha acontecido em 1415, com Gregório XII, mas o seu sucessor foi escolhido apenas após a sua morte, em 1417.
Dado que as disposições em vigor dizem respeito ao período de Sé Vacante – entre a morte de um Papa e a eleição do seu sucessor -, os rituais devem ser adaptados pelo Departamento Litúrgico para as Celebrações do Sumo Pontífice.
Bento XVI indicou que deseja ser sepultado no piso inferior da Basílica de São Pedro, as Grutas do Vaticano, no túmulo que recebeu São João Paulo II, antes de ser transferido para uma capela perto da ‘Pietà’ de Michelangelo, após a sua canonização.
Embora persistam incertezas quanto aos dados dos pontificados dos primeiros séculos, Bento XVI ultrapassou, em longevidade, os Papas que mais anos viveram, até hoje: Celestino III (1105-1198) e Leão XIII (1810-1903), pontífices que faleceram aos 93 anos.
LS/OC
Notícia atualizada às 15h45
Vaticano: Igreja segue disposições de João Paulo II sobre funeral do Papa