Bento XVI: Caritas está no «coração» da Igreja

Papa recebeu presidente daquela organização internacional católica, reunida em Roma para assinalar 60 anos de existência

Cidade do Vaticano, 27 mai 2011 (Ecclesia) – Bento XVI recordou hoje a importância do trabalho assumido por todos aqueles que, através da Caritas Internacional, levam aos mais necessitados a “solidariedade e a preocupação de toda a Igreja”.

“Estar no coração da Igreja, e ser capaz, de certo modo, de falar e agir em nome dela para o bem comum, implica certas responsabilidades no âmbito da vida cristã, tanto ao nível pessoal como comunitário” realçou o Papa, durante uma audiência concedida esta sexta-feira a cerca de 300 delegados daquele organismo católico, vindos de todo o mundo.

Desde o dia 20 de maio que a Caritas Internacional (CI) se encontra reunida em Assembleia-geral no Vaticano, para assinalar 60 anos de existência e, sobretudo, para preparar o futuro, através da elaboração do programa de trabalho até 2015.

Diante do cardeal Oscar Maradiaga, presidente da CI, Bento XVI sublinhou que “só através de um compromisso diário em que se aceite e se viva totalmente o amor de Cristo será possível promover a dignidade de todo o ser humano”.

Recordou ainda a todos que “a caridade não é apenas mera benevolência”, mas implica “doação aos outros” e “até mesmo um sacrifício de vida, a exemplo de Cristo”.

Fundada em 1951 pelo Papa Pio XII, num período em que o sofrimento causado pela Segunda Guerra Mundial estava ainda bem vivo na memória dos povos, a CI tem-se assumido ao longo dos anos como o principal órgão coordenador da ação solidária da Igreja Católica.

Dela fazem parte 165 organizações humanitárias, que atuam em mais de 200 países, entre os quais Portugal.

“Ela difere de outros agentes sociais porque é eclesial, partilha a missão da Igreja, algo que os meus antecessores sempre quiseram e que hoje esta Assembleia-geral também tem forçosamente que reafirmar” sustentou Bento XVI.

Durante a audiência, o Papa apontou o papel vital que a organização deverá continuar a desempenhar, a nível internacional, de acordo com “uma Igreja que prolonga a missão salvífica de Cristo, no tempo e no espaço” 

“A experiência que reuniram ao longo destes anos ensinou-vos a defenderem dentro da comunidade internacional uma visão antropológica, de defesa da dignidade e da vida humana” realçou Bento XVI, chamando os delegados do CI “a trabalhar na conversão dos corações das pessoas, para que todos possam agir em favor do bem comum, dando generosamente o melhor de si aos seus irmãos e irmãs”.

O Papa concluiu a sua intervenção garantindo “a assistência e o suporte total da Santa Sé”, na prossecução de todos os projetos que sejam necessários.

A intervenção do Vaticano, nesta área, concretiza-se sobretudo através do Conselho Pontifício Cor Unum, também conhecido como “Conselho da Caridade”, criado pelo Papa Paulo VI em 1971.

JCP

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