Bento XVI alerta para o perigo de os Estados pretenderem determinar princípios éticos

Papa recebeu participantes da assembleia plenária da Academia Pontifícia para a Vida

O Papa recebeu neste Sábado os participantes da assembleia plenária da Academia Pontifícia para a Vida, que entre 11 e 13 de Fevereiro debateu no Vaticano o tema da bioética e da lei natural.

“A vida humana seja sempre reconhecida como direito inalienável e nunca como objecto sujeito à arbitrariedade do mais forte”, afirmou Bento XVI durante a audiência. “A história – prosseguiu o Papa – mostrou o quanto pode ser perigoso e prejudicial que um Estado legisle sobre questões que afectam a pessoa e a sociedade, pretendendo ser ele próprio fonte e princípio da ética.”

Para Bento XVI, “sem o princípio universal que permita verificar um denominador comum para toda a humanidade, o risco de uma deriva relativista a nível legislativo não deve ser subestimado”. “A lei moral natural (…) permite evitar esse perigo e, sobretudo, oferece ao legislador a garantia de um autêntico respeito pela pessoa.”

No seu discurso, o Papa salientou que as questões relacionadas com a bioética colocam em primeiro plano o “princípio fundamental” da dignidade da pessoa, sem o qual “seria difícil encontrar uma fonte para os direitos da pessoa e impossível chegar a um juízo ético em relação às conquistas da ciência que intervêm directamente na vida humana”.

“Não existe uma compreensão da dignidade humana ligada apenas a elementos externos, como o progresso da ciência, a progressividade na formação da vida humana ou o sentimento de piedade fácil perante situações extremas. Quando se invoca o respeito pela dignidade da pessoa, é essencial que ela seja pleno, total e irrestrito”, declarou Bento XVI.

“Desde o primeiro momento, a vida do homem é caracterizada por ser vida humana”, e por isso é sempre portadora “de dignidade própria”, observou o Papa. Ao contrário – advertiu – estamos perante o perigo de um uso instrumental da ciência, com a consequência inevitável de cair facilmente na arbitrariedade, na discriminação e no interesse económico do mais forte”.

Com Agências

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