Bento XVI/África: Maior celebração da viagem ao Benim recorre ao latim

Papa quer liturgia participativa sem ser «sentimental»

Lisboa, 18 nov 2011 (Ecclesia) – A celebração central da viagem de Bento XVI ao Benim, a missa que vai decorrer domingo, em Cotonou, vai utilizar o latim para “unificar” uma assembleia “muito diversificada”, revelou o Vaticano.

“Nesse grande dia de encontro eucarístico do Santo Padre com toda a África, múltipla nos seus costumes e línguas, não hesitamos em empregar a língua da Igreja universal, o latim, que tem a vantagem de unificar a oração da nossa assembleia tão diversificada e manifestar assim a união das vozes no canto gregoriano e na escolha do cânone romano [principal oração eucarística da Igreja de rito latino]”, indica o missal oficial da viagem, publicado pelo Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, organismo da Santa Sé.

Na conferência de imprensa que concedeu hoje no avião, a caminho do Benim, Bento XVI defendeu uma “liturgia participativa, mas não sentimental”.

“[A liturgia] não deve estar baseada apenas na expressão dos sentimentos, mas deve caraterizar-se pela presença do mistério no qual entramos, pelo qual nos deixamos moldar”, disse aos jornalistas.

Para o Papa, é importante “não perder a universalidade” na inculturação, preferindo falar de “interculturalidade”, ou seja, “um encontro das culturas”.

Este domingo, pelas 09h00 locais (menos uma em Lisboa), Bento XVI preside à missa no ‘Estádio da Amizade’, de Cotonou, celebração na qual vai decorrer a entrega da exortação apostólica pós-sinodal aos bispos da África, completando assim o percurso da II Assembleia Especial para a África, do Sínodo dos Bispos, realizada de 4 a 25 de outubro de 2009 no Vaticano.

Na cerimónia de entrega vão estar presentes os 35 presidentes das Conferências Episcopais nacionais e os sete responsáveis das Conferências regionais da Igreja Católica em África.

“Esta grande missa constitui o cume da visita do Santo Padre”, assinala o Departamento das Celebrações Litúrgicas.

O organismo da Santa Sé adianta que a África não vai estar ausente da celebração, estando previstas intervenções musicais, leituras e orações em línguas locais – lingala, fon, ditamari, mina, idaacha, lokpa, bariba – a que se somam o francês, o inglês e o português.

No momento de apresentação das ofertas, o Papa vai receber artesanato e produtos naturais da região, como mandioca, inhame, bananas, ananás, algodão e tecidos, para além de um par de pombas.

A viagem de três dias de Bento XVI ao Benim inclui passagens por Cotonou, cidade mais populosa do país, e Ajudá (Ouidah), na antiga ‘Costa dos Escravos’, a 40 km da capital económica.

OC

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