Bélgica: Cardeal-patriarca de Lisboa apela à «serenidade» após atentados

D. Manuel Clemente rejeita confusões entre grupos «radicalizados» e qualquer religião

Lisboa, 22 mar 2016 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa reagiu hoje aos atentados terroristas que atingiram Bruxelas, pedindo a “serenidade possível e necessária” para manter os valores europeus neste momento de crise.

“Em momentos destes, todos nós como concidadãos da Europa e também de algum modo de Bruxelas, neste dia, temos de manter bem viva aquela que é a nossa herança, que temos de transportar em termos de Direitos Humanos”, assinala, numa declaração enviada à Agência ECCLESIA.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa recorda a “dignidade de todos e de cada um” e o dever de “respeito pelas leis”, para que os europeus se mantenham “fiéis” àquilo que os “constitui melhor”.

“Não confundindo as coisas, não olhando estes acontecimentos como realidades mais gerais do que são”, adverte.

Para D. Manuel Clemente, os ataques terroristas são “protagonizados por grupos mais radicalizados”, que “de maneira nenhuma se podem confundir com populações, com etnias ou com religiões”.

“Por isso, com esta serenidade, vamos continuando a construir a nossa cidade e a nossa civilização europeia com os valores que estiveram na sua origem e que nenhum de nós quer deixar ficar para trás”, realça.

O cardeal-patriarca deixa uma palavra de “condolências e solidariedade” às vítimas e suas famílias, convidando todos a “guardar a memória” dos que foram atingidos pelos atentados.

Segundo o último balanço provisório das autoridades, pelo menos 34 pessoas morreram e perto de duas centenas ficaram feridas nas explosões no aeroporto de Zaventem e na estação de metro de Maelbeek, em Bruxelas.

O nível de alerta terrorista na Bélgica foi elevado para quatro, o máximo da escala.

O presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, revelou ter transmitido ao rei Filipe da Bélgica "o pesar, o repúdio e a solidariedade do povo português".

Já a Assembleia da República aprovou por unanimidade um voto de condenação e pesar pelos atentados terroristas, sublinhando que os ataques não farão imperar o medo ou o preconceito.

OC

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